CIRJ cria curso superior na Universidade Católica de Petrópolis

O CIRJ e a FIRJ procuraram manter a tradição de incentivo à educação, iniciada com a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN). Decidiram que era a hora de uma maior aproximação com instituições de ensino superior, de modo a atualizar o ensino de acordo com a nova realidade tecnológica e industrial do país. Em 1960, foi firmado convênio entre o CIRJ e a Universidade Católica de Petrópolis para a instalação de uma escola industrial. O projeto precisou ser aprovado e reconhecido pelo governo federal.
De acordo com as cláusulas do convênio, o CIRJ ficaria incumbido de custear todas as obras necessárias ao preparo e adaptação do edifício das faculdades, situado à rua Barão do Amazonas, em Petrópolis, para instalação da nova faculdade de engenharia industrial, em conformidade com as exigências da lei. Além das obras de instalação, orçadas em mais de sete milhões de cruzeiros, o CIRJ ficaria responsável por fornecer recursos para a sua manutenção, durante os cinco primeiros anos de funcionamento.
Já as faculdades se comprometiam em encaminhar estudantes para estágios nas indústrias indicadas pelo CIRJ, em período que não prejudicasse a presença nas aulas.
No ano seguinte, o Decreto no 50.419, de 7 de abril de 1961, assinado pelo então presidente Jânio Quadros, concedia autorização para o funcionamento do “curso de engenharia industrial, modalidade de mecânica da Escola Católica de Engenharia Industrial de Petrópolis, mantida pela sociedade civil Faculdades Católicas Petropolitanas” (nome inicial da UCP), no estado do Rio de Janeiro.
Tratava-se de uma tentativa de suprir a carência de cursos de formação de mão de obra especializada, de acordo com os interesses do projeto de desenvolvimento nacional e regional. As exigências pedagógicas foram cumpridas, os laboratórios foram remodelados e novas cadeiras criadas. A Escola Industrial de Engenharia de Petrópolis começou a funcionar ainda em 1961; a primeira turma teve 53 alunos inscritos, que se formaram em 1965.
No discurso inaugural, o presidente do CIRJ, Zulfo Mallmann lembrou as iniciativas anteriores da associação relativas ao incentivo à educação. Destacou que o crescimento industrial não deveria ser prejudicado pela falta de elemento humano e que a iniciativa privada não deveria ficar reclamando providências ao poder público, às quais era também interessada. Referiu-se a uma época em que o governo era a fonte para tudo e que “o Brasil se acostumou a esperar que tudo viesse dele”. Ao recuperar as liberdades plenas inerentes ao regime democrático, havia se recuperado também a liberdade de iniciativa.
Os investimentos representaram um ônus para o CIRJ que, mesmo assim, continuou a aumentar a verba da escola. A ideia inicial era ampliar ainda mais o entrosamento com outras universidades, mas faltavam recursos. O CIRJ prosseguiu apostando na educação. Mais tarde, participaria ativamente da criação de outros institutos.