Cultura e entretenimento - O cinema chega ao Brasil

A primeira projeção de cinema no Brasil aconteceu em 1896, numa sala alugada do Jornal do Commercio, na rua do Ouvidor. O responsável pela exibição foi o belga Henri Paillie, que trabalhava de forma itinerante. Tratava-se de filmes de curtíssima duração, mudos e em preto e branco, que retratavam cenas do cotidiano de cidades da Europa, as famosas “vistas”, popularizadas pelos Irmãos Lumière. No ano seguinte, foi inaugurada a primeira sala de cinema, chamada de “Salão de Novidades Paris”, também no Rio de Janeiro, e pequenos filmes começaram a ser produzidos no país, tais como Maxixe, de Vítor de Maio, e Brésil, de Afonso Segreto, proprietário do primeiro cinema do Brasil.
Com a expansão da capacidade de geração de energia, ao final da década de 1910, que proporcionou a melhora do fornecimento de energia elétrica no Rio e São Paulo, o mercado exibidor de cinema no país pôde se expandir. Em 1908 já havia 20 salas de cinema no Rio, a maior parte delas na área da recém-inaugurada avenida Central, e os filmes exibidos eram as ficções das companhias europeias, como das francesas Gaumont e Pathé, da dinamarquesa Nordisk, da italiana Cines, entre outras.
Na década seguinte, o cinema já era assunto cotidiano do brasileiro. O número de salas cresceu por todo o país e o preço dos ingressos tornou-se bem mais acessível, o que contribuiu ainda mais para a sua rápida popularização. Além disso, surgiram publicações exclusivas sobre o assunto, como a revista Cinearte, lançada em 1926. Foi também na década de 1920 que o final da avenida Rio Branco passou a ser chamada de Cinelândia, por causa da concentração de muitas e das melhores salas de cinema da cidade, tais como Cine Odeon, o Pathé, o Capitólio, o Rex e o Metro. O cinema abriu um novo mercado de trabalho, abrangendo múltiplas profissões (projetistas, atores, cenógrafos, iluminadores, fotógrafos etc.). Atualmente, o cinema brasileiro é reconhecido internacionalmente.