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Uma indústria agrícola - A expansão da cultura do café

01/1840

Uma fazenda de café exigia grandes investimentos, que incluíam a aquisição de grandes extensões de terras e de todo o seu preparo para o plantio, instalações para o seu beneficiamento e mão de obra numerosa. A expansão da lavoura do café implicou um aumento substancial da entrada de escravos africanos no Brasil.

A economia cafeeira ajudou a criar cidades e fazer novas fortunas. A partir da década de 1870, São Paulo assumiu o posto de maior produtor de café. Uma nova elite agrária entrava em cena, passando também a participar ativamente da política nacional. Os fazendeiros paulistas imprimiram uma dinâmica à produção do café, introduzindo novas tecnologias e formas de plantio. A nova cultura conquistou também o oeste paulista, onde em alguns locais – como Campinas – a lavoura de cana-de-açúcar foi substituída pela do café.

Para suprir a escassez de escravos após a Lei Eusébio de Queirós, que tornava ilegal o tráfico, os fazendeiros promoveram a vinda de imigrantes europeus. A província de São Paulo foi a primeira e uma das únicas a manter uma política de incentivo à imigração, concedendo inclusive subsídios para as viagens. A adoção gradativa de mão de obra assalariada na principal atividade econômica deixava claro que a abolição da escravidão africana estava a caminho.

O café movimentou também a área de infraestrutura do país. Para escoar a produção, foram construídas estradas de ferro e um novo porto. Em 1888, o grupo Gaffré, Guinle & Cia., liderado por Candido Gaffrée e Eduardo Guinle, ganhou concorrência pública para construir e explorar o porto de Santos. No início da República, o grupo criaria a Empresa Melhoramentos do Porto de Santos, transformada pouco depois em uma sociedade anônima, a Companhia Docas de Santos, com sede no Rio de Janeiro. Desde então, o porto não parou de crescer, acompanhando o desenvolvimento econômico do país.

Os cafeicultores passaram a aplicar os lucros obtidos com o café em outras atividades: investiram no mercado de ações, abriram estabelecimentos comerciais nas cidades e ajudaram também a criar novas indústrias. O café, portanto, contribuiu tanto para o processo de urbanização, quanto para o processo de industrialização do país. No final do século XIX, o Brasil controlava o mercado mundial de café.