Um reino tropical - A construção da nova nação

Se a vinda da corte trouxe benefícios para o Brasil, para Portugal os efeitos foram diretamente opostos. Esvaziada e empobrecida, a metrópole portuguesa ficou praticamente nas mãos dos ingleses, o que propiciou uma insatisfação geral de comerciantes, funcionários e militares que haviam permanecido em Portugal. Tal descontentamento seria manifestado na Revolução do Porto, em 1820, que encontraria eco em militares lusitanos no Brasil. Pressionado, o monarca teve que se submeter às exigências dos revoltosos, entre as quais a sua volta a Portugal. Assim, após 13 anos de vida no Brasil, d. João VI deixava o Rio de Janeiro, ficando seu filho d. Pedro no comando da parte americana do reino.
Em menos de um ano, o príncipe regente proclamou a Independência do Brasil, em 1822, e instalou uma assembleia constituinte, que resultou na nossa primeira Constituição, em 1824. O reinado de Pedro I foi curto e tumultuado, com lutas para assegurar a independência e a unidade territorial. A criação da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional ocorreu nessa época.
Com a morte de Dom João VI, Dom Pedro foi obrigado a voltar para Portugal, assumindo o trono daquele país. Como Dom Pedro II ainda era uma criança, o país foi conduzido por regentes, que se revezaram no comando até a maioridade do novo imperador. O Período Regencial (1831-1840) foi marcado também por turbulências, com várias revoltas em diferentes pontos do território brasileiro.
Aos 15 anos, Pedro II assumiu o controle da nova nação. Os seus quase 50 anos no poder foram relativamente calmos. No Segundo Reinado (1840-1889), registrou-se um crescimento industrial mais efetivo no Brasil, que foi impulsionado por dois fatores: a Tarifa Alves Branco (1844), que taxou os produtos importados, e a Lei Eusébio de Queirós (1850), proibindo o tráfico de escravos para o Brasil e, com isso, liberando verbas para serem investidas em outras áreas.
Esses fatores incentivaram novos investimentos em áreas como a infraestrutura – transporte e comunicação – e também a expansão de outros setores, como indústrias e bancos. Grande parte desse desenvolvimento deve-se à iniciativa de homens como Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá, que apostaram na diversificação da produção nacional.
Da independência de Portugal (1821) à proclamação da República (1889), a economia nacional permaneceu agroexportadora, mantendo a dependência externa em relação à importação de produtos manufaturados. O Brasil era dependente da importação da maioria dos bens de consumo. A grande novidade nesse período foi o espetacular desenvolvimento de uma nova cultura, a do café. O produto iria transformar a paisagem agrícola e a imagem do país no maior produtor do ramo.