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A televisão chega ao Brasil - As primeiras emissões de TV

01/1950

A primeira transmissão televisiva na América Latina foi feita em São Paulo: a TV Tupi entrou no ar em 18 de setembro de 1950, começando a operar no Rio de Janeiro menos de um ano depois. O responsável pela iniciativa foi Francisco Assis Chateaubriand, dono da rede de comunicação Diários Associados, que incluía jornais e emissoras de rádio. Por conta própria, Chateaubriand importou cerca de 200 aparelhos, que foram espalhados por diversos pontos da cidade.

O primeiro programa exibido foi simbolicamente chamado de TV na Taba, com a participação de Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi, Vadeco, Ivon Cury e Lolita Rodrigues, entre outros. No início, tudo era muito precário: imagens trêmulas, poucos aparelhos e todos importados e toda a programação ao vivo. Mas tratava-se de uma nova sensação e o sucesso foi imediato. A programação começava às 5 da tarde e terminava com um telejornal às 10 horas da noite.

O videoteipe ainda não existia, e as emissões eram feitas em preto e branco. Foi preciso esperar 20 anos para ver uma imagem em cores. Aos poucos outras emissoras foram surgindo e introduzindo novos programas. No Brasil, os primeiros aparelhos de TV começaram a ser montados ainda em 1951

A chegada da televisão não abalou a audiência das rádios, que nessa época tiveram até mesmo uma ampliação de seu público, popularizando-se ainda mais por conta do aumento da produção e da redução do preço dos aparelhos. Durante algum tempo ainda era um luxo possuir uma televisão. Só nos anos 1970, com a popularização dos aparelhos e a chegada definitiva da TV em cores, a televisão se consolidou como parte do cotidiano das famílias brasileiras. 

Nas décadas seguintes, a televisão passou a disputar espaço com outras mídias, mas também se reinventou: da transição do preto e branco para o colorido, do sinal analógico para o digital, da tela de tubo para a tela plana. A programação se diversificou com novelas, jornalismo, esportes e entretenimento em larga escala, tornando-se um dos principais motores da cultura popular no Brasil.

Com a virada do século e a massificação da internet, surgiu uma nova ruptura: o streaming. Plataformas como YouTube, Netflix e, depois, serviços nacionais e globais, mudaram radicalmente o modelo de consumo de conteúdo audiovisual. A lógica da grade fixa deu lugar ao consumo sob demanda. A televisão, antes símbolo de coletividade, cedeu espaço a telas individuais — celulares, tablets, notebooks — em que cada espectador escolhe o que ver, quando e onde quiser.

Hoje, o streaming não apenas convive com a TV aberta e por assinatura, mas também a influencia. Muitas emissoras tradicionais migraram parte de seu conteúdo para plataformas digitais, ampliando o alcance e se adaptando à nova forma de consumo. Assim, a trajetória que começou em 1950 com a TV Tupi desemboca em um cenário em que o audiovisual está presente em qualquer dispositivo conectado, consolidando a televisão — em sua versão expandida e digital — como uma das mídias mais resilientes e transformadoras da história, e que mostra como a inovação tecnológica, quando combinada à necessidade humana de informação e entretenimento, é capaz de reinventar modelos de negócio e sustentar a relevância de uma mídia por décadas.