Crise na indústria fluminense - Queda na produção e nas vendas

No fim da década de 1980, o Rio de Janeiro era o segundo polo industrial do país, respondendo por aproximadamente 10% da produção e mão de obra ocupada da indústria. O Rio havia diversificado seu parque industrial, mas desde a década anterior estava em fase de declínio. A perda de posição para o estado de São Paulo teve início nos anos de 1920, quando detinha ainda 40% da produção, acentuando-se na década de 1950.
A deficiente infraestrutura da periferia da cidade limitou sua expansão industrial, impedindo que o Rio pudesse concorrer com o ABC paulista na atração de bens de consumo duráveis e bens de capital. O problema era atribuído ao fato de que os impostos estaduais recolhidos pelos antigos Distrito Federal e estado da Guanabara só poderiam ser aplicados nos próprios territórios, impossibilitando a criação de infraestrutura nos municípios vizinhos, ao contrário do que ocorreu em São Paulo.
Outros fatores contribuíram para o declínio da economia fluminense: a transferência do Distrito Federal para Brasília e o longo período de adaptação da fusão entre os dois estados. Além disso, os empresários queixavam-se de ausência de políticas e ações mais agressivas, por parte das sucessivas administrações estaduais, para a atração de novos investimentos. As principais atividades industriais do estado do Rio eram as empresas ligadas aos setores químico, metalúrgico e de materiais de transporte. De acordo com os dados do IBGE de 1980, esses setores abrangiam cerca de 50% da produção do estado.
A indústria química era responsável por 23% do valor da indústria de transformação, a metalúrgica por 19% e a de materiais de transporte por 8% do total. No setor químico, destacavam-se o refino e a produção de petróleo, cuja principal unidade era a Refinaria Duque de Caxias, a Reduc. No setor siderúrgico, o polo principal era a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda. No setor de material de transporte, o domínio era da construção naval.
O Rio de Janeiro era o estado cujo crescimento econômico e industrial foi mais afetado pela crise nacional, apresentando enorme queda e raros momentos de crescimento. Foi um período de estagnação econômica e de esvaziamento da economia. Muitas empresas pediram concordata e outras a falência, especialmente no setor têxtil, caso da Cia. de Tecidos Nova América, na cidade do Rio de Janeiro, e da Fábrica Ypu em Nova Friburgo. Outros setores bastantes atingidos foram o de construção civil e o naval."