Sérgio Ramalho
Presidente do Sindicato da Indústria do Pescado do Estado do Rio de Janeiro, o empresário tem participação ativa no Conselho Regional da Firjan SENAI e da Firjan SESI e no Conselho de Administração da Firjan CIRJ e importante contribuição na luta pela criação de um terminal pesqueiro no Rio de Janeiro.“Eu costumo dizer que minha pele tem escamas, tendo em vista que a minha vida praticamente toda, toda, toda foi dedicada à pesca.”
Sérgio Ramalho em entrevista ao Memória da Indústria
No dia 07 de setembro de 1937, nasceu em Bangu, subúrbio do Rio de Janeiro, o empresário Sérgio Carlos Ramalho. Filho de Manoel Ramalho, que foi operário na Fábrica Bangu e depois foi Guarda Civil, e de Maria de Oliveira Ramalho, que quando solteira também trabalhou na Fábrica Bangu.
- A minha trajetória de vida é marcada por alguns problemas de saúde. Aos dois anos de idade, fui acometido de poliomielite. Minha mãe, heroicamente, lutou para me levar para fazer banhos de luz, que naquela época era um dos únicos tratamentos que havia para a paralisia infantil. Ela vinha para o centro da cidade, no Hospital Jesus, na Mangueira, três vezes por semana, e depois me levava para Marechal Hermes, no Hospital Carlos Chagas, para complementar o serviço. Durante cinco anos eu fiquei sem andar, aprendi a andar novamente com meus sete anos. (...) Falar da minha mãe é muito importante. Foi uma heroína da minha vida. – contou ao Memória da Indústria.
Ramalho estudou no Colégio Caxangá, no Colégio Bangu e no Colégio Belisário dos Santos. Na infância, trabalhou como engraxate e fazia pipas para vender. Fez o curso de Contabilidade na Escola Técnica de Comércio da Cândido Mendes, e foi trabalhar com o tio, dono de uma loja de eletrodomésticos, enquanto cursava a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, onde se graduou em Economia, em 1962. Em 1963, ele se casa com Zélia Maria da Silva Ramalho. Em maio de 1968, nasce a sua filha Mônica da Silva Ramalho, administradora de empresas.
Assim que concluiu o curso de Economia, foi trabalhar no Conselho de Desenvolvimento da Pesca.
- Naquela oportunidade existiam três organismos oficiais. Conselho de Desenvolvimento da Pesca, que era o CODEPE, a Divisão de Caça e Pesca e Caixa de Crédito da Pesca. Eu trabalhava no Conselho de Desenvolvimento da Pesca, ligado à Presidência da República. Depois, foi fundido num único órgão chamado SUDEPE. No SUDEPE eu trabalhei durante 10 anos no setor de desenvolvimento pesqueiro. Foi um desafio grande. A superintendência da pesca fez um convênio com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Trabalho no qual também fui inserido como contraparte economista. Nele fizemos o primeiro plano nacional de pesca. E, ao mesmo tempo, o primeiro inventário básico da pesca brasileira, lançado em 1966, onde levantamos tudo o que havia no setor pesqueiro. – relembrou Ramalho.
Em 1968, estudou Economia e Tecnologia de Pesca na Universidade Católica de Valparaíso, no Chile. Foi durante muitos anos o representante brasileiro no Comitê Internacional de Estatística de Pesca (CARPAS/FAO) e no Comitê Internacional da Pesca do Atum. Em 1986, foi contratado pelo Banco Interamericano Desenvolvimento (BID) para trabalhar em um plano de pesca para o governo da Costa Rica.
Em 1969, Ramalho se dedicou a empresas de pesca no Brasil e fundou a Fripesca Comércio Indústria, onde trabalhou por cerca de 7 anos. Também gerenciou a Associação Nacional das Indústrias de Pescados (ANEPE).
“Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, um abnegado do setor pesqueiro, um dos maiores cientistas do setor pesqueiro que eu conheci, dizia que o Brasil está de costas para o mar, e precisa virar de frente e ver o que tem de bom para produzir.”
Sérgio Ramalho em entrevista ao Memória da Indústria
ATUAÇÃO NA FIRJAN
Em 2009, Ramalho entra no Conselho Superior de Representantes da Firjan como representante do Sindicato da Indústria do Pescado do Estado do Rio de Janeiro. Em 2012, assume a presidência do sindicato.
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- Todos os sindicatos podem ser, de uma maneira geral, filiados a FIRJAN. E o meu sindicato é filiado à FIRJAN há mais de 40 anos. Isso faz com que eu tenha assento em alguns Conselhos da própria Firjan. Enfim, atuo colaborando, na medida do possível, e obtendo todo o apoio necessário que a própria Firjan nos concede. Então, a Firjan é uma entidade que apoia tremendamente as iniciativas que nós tomamos. – contou Ramalho.
Desde sua entrada na Firjan, o empresário teve participação ativa no Conselho Regional da Firjan SENAI e da Firjan SESI, além do Conselho de Administração da Firjan CIRJ. Ele também exerceu papéis importantes nos Conselhos Fiscais da Firjan IEL. A trajetória de Sérgio Carlos Ramalho é marcada por uma significativa atuação na representação e gestão, evidenciando seu comprometimento e influência no desenvolvimento da indústria e do agronegócio no estado do Rio de Janeiro.
Em 2016, Ramalho recebeu a medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro em reconhecimento de sua notável contribuição para o setor. Em 2020, assume o mandato como representante da Firjan na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (JUCERJA), cargo para o qual é reconduzido em 2024. A partir de 2021, assumiu também a posição de vice-presidente do Conselho Empresarial de Agronegócios, Alimentos e Bebidas da Firjan. Em 2022, Ramalho atuou de forma ativa, com o auxílio da Firjan, na criação de um entreposto de pesca no Estado do Rio.
- Fui encarregado de encontrar um local para a instalação do entreposto de pesca. Foi quando descobri que na rua Carlos Seidl, ali no Caju, existia a área que era o estaleiro Caneco, que estava desativado, e ia a leilão. Eu comecei a articular e levei para o Governo do Estado que comprou em leilão aquela área de 155 mil metros quadrados. Hoje nós estamos lutando muito para que se instale ali o terminal pesqueiro do Rio de Janeiro. Porque é impossível que com o número de barcos que nós temos, com a fauna que nós temos, que o estado do Rio não tenha um terminal pesqueiro, onde se comercialize em atacado, e se possa comercializar também à granel. Hoje tem o CEASA (Centro de Abastecimento) que recebe o peixe de caminhão porque os barcos descarregam em diversos pontos. Isso onera violentamente o pescado, além de piorar a qualidade do peixe também. Então, estou lutando com várias pessoas, com o apoio aqui da Firjan, para que efetivamente tenhamos o terminal pesqueiro ali no Caju. O terminal que não é só pesqueiro, vai ter a parte de óleo diesel, de gelo, um pequeno estaleiro para reparo das embarcações, enfim, toda a infraestrutura necessária. – revelou ao Memória da Indústria.
Fontes:
Entrevista de Sérgio Ramalho ao projeto Memória da Indústria em 28 de fevereiro de 2024; Entrevista de Sergio Ramalho para a Comunicação/GGC.