Sergio Kunio Yamagata
Geólogo, trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é presidente do Sindicato da Indústria da Construção, Engenharia Consultiva e do Mobiliário de Niterói a Cabo Frio (SINDICEM), diretor do Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e vice-presidente do Conselho Regional da Firjan Leste Fluminense.
"Atuar na Firjan me abriu a oportunidade de ganhar conhecimento e perceber o mundo empresarial real. Muitas vezes estamos na empresa cheio de problemas e achamos que é só conosco. Quando vamos para o mundo externo vemos que há problemas comuns. E aprendemos como navegar e seguir o que acreditamos."
Sergio Kunyo Yamagata, em depoimento ao Memória da Indústria
Nascido em Campos de Goytacazes, no interior do Estado do Rio de Janeiro, em 13 de março de 1949, Sergio Kunio Yamagata é filho de Fujio Yamagata e Izumi Yamagata.
"Meu pai foi um atleta de tênis muito bom à sua época. Chegou a ser campeão japonês em dupla masculina. Se não fosse a Grande Guerra Mundial, ele poderia ter competido na Copa Davis. Mas a guerra veio, ele se alistou, serviu e foi preso na China. (...) Minha mãe era japonesa, da família Miyasaka. Então, meus pais vieram depois de guerra para o Brasil. O lado da família do meu pai é empreendedor e da família da minha mãe é mais idealista, de ajudar a comunidade japonesa e as outras pessoas. Eu sou uma mistura dessas linhagens"
Sergio Yamagata em entrevista ao Memória da Indústria em 2024
Aos 7 anos, mudou-se para São Paulo onde estudou na Escola Piratininga, um colégio com professores japoneses que também falavam português, e no Colégio Paulistano, onde completou o ensino fundamental e médio. Participou do Grupo de Escoteiros Caramuru como lobinho e escoteiro. Era um bom atleta infantil e juvenil, treinava no Tênis Clube Paulista. Foi sete vezes vice-campeão de tênis no Campeonato da colônia japonesa do Brasil. Pelo Tênis Clube também foi vice-campeão paulista de handball. Entrou na Universidade de São Paulo (USP) com 17 anos.
- Se me perguntassem por que escolhi geologia diria: na cultura japonesa, o irmão mais velho assume os negócios da família e os outros irmãos têm a liberdade de escolher o que fazer. Eu escolhi a geologia lendo na época a Enciclopédia Britânica. Não sabia o que escolher como profissão, mas sabia o que não queria ser: médico, engenheiro, advogado, dentista e nem arquiteto. Mas gosto do campo e do trabalho com espaços. É por isso que escolhi a geologia.
Formou-se na Universidade de São Paulo (USP) em 1970 e no ano seguinte foi trabalhar no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde ficou por cinco anos e obteve o título de Mestrado (MSc).
- Nós pegamos todas as imagens de satélites que cobriam o Brasil do projeto ERTS 1 e 2 da NASA (...) e fizemos um projeto para verificar todas as estruturas geológicas, comparando-as com o mapa geológico estrutural do país editado pelo
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), pois o Brasil já tinha, naquela época, um mapa geológico de estruturas. Descobrimos algumas anomalias geológicas de estrutura que não eram conhecidas ou mapeadas. Tive o privilégio de ser da geração que conseguiu fazer essas contribuições.
Em 1975, saiu do INPE a partir de um pedido da família para ajudar e trabalhar nas empresas Nigatec Indústria Mecânica, Macasa Mineração, Indústria Yamagata (Salina) e na Yamagata Engenharia, empresa que participou da construção do Autódromo do Rio de Janeiro, da criação do aterro do Gragoatá e da adutora de Laranjal, em Niterói, e das obras na adutora do Guandu, na Baixada Fluminense. Em 2024, o executivo saiu da diretoria e permanece na companhia como acionista.
Foi casado com Sônia Martins Moreno Alisa com quem teve três filhos: Andreas, Nicolas e Mayumi.
VIDA ASSOCIATIVA E A FIRJAN
Em entrevista ao Memória da Indústria, o executivo contou que em 1979 começou a frequentar os sindicatos devido a uma greve na Nigatec.
- Passei a frequentar Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Rio de Janeiro (SIMMMERJ), o Sindicato das Indústrias de Mineração de Brita do Estado do Rio de Janeiro (SINDIBRITA), e o Sindicato da Indústria da Construção, Engenharia Consultiva e do Mobiliário de Niterói a Cabo Frio (SINDICEM). Me tornei vice-presidente do SINDIBRITA de 1992 a 1994. E durante muitos anos fui o segundo titular como Conselheiro aqui na FIRJAN. E fui eleito diretor presidente do SINDICEM em 2003 e do SIMMMERJ em 2005. Estou como diretor presidente do SINDICEM até 2025, mas já preparando minha sucessão com a diretoria.
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A trajetória de Sérgio Yamagata na Firjan começa em 1992 como dirigente do Conselho Regional Leste Fluminense, órgão do qual seria presidente entre os anos de 2022 e 2023. Já foi 1º e 2º Diretor-Tesoureiro da Firjan, fez parte Diretoria Executiva, da Diretoria Plena e do Conselho Diretor da Firjan e da Firjan CIRJ (Centro Industrial do Rio de Janeiro), da Firjan SESI, da Firjan SENAI e do Conselho Fiscal do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Atua como membro do Fórum Setorial da Construção Civil.
Em 2013, foi condecorado com a Medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro como Diretor Superintendente do Grupo Yamagata.
Fonte:
Entrevista de Sérgio Kunio Yamagata ao projeto Memória da Indústria da Firjan realizada no dia 11 de junho de 2024.