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Miguel Calmon du Pin e Almeida, o Marquês de Abrantes

Político e advogado, o Marquês de Abrantes ocupou ministérios dos primeiro e segundo reinado no Brasil tendo atuação destacada em ações diplomáticas. Foi presidente da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN) e integrante do Instituto Histórico e Geográfica Brasileiro (IHGB). Morreu no dia 05 de outubro de 1865.
Publicado em 23/09/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:42
Miguel Calmon du Pin e Almeida, o Marquês de Abrantes. Crédito: Acervo Firjan
Miguel Calmon du Pin e Almeida, o Marquês de Abrantes. Crédito: Acervo Firjan

Filho de José Gabriel Calmon de Almeida e Maria Germana de Souza Magalhães, Miguel Calmon du Pin e Almeida nasceu em Santo Amaro, na Bahia, no dia 26 de outubro de 1796.

Começou nos estudos com o tio materno, Miguel de Almeida, mais tarde seguiu para Portugal onde, em 1821, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Além das ciências jurídicas, apresentava vasto conhecimento nas áreas de agronomia, administrativas e econômicas. Era também um estudioso da Literatura, História e Geografia. Foi membro da Imperial Academia de Belas Artes, sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e sócio fundador e presidente da Academia de Música e Ópera Nacional.

Após voltar ao Brasil, Miguel Calmon participou do movimento pela independência fazendo parte do Conselho provisório do Governo de Vila de Cachoeira. Foi Deputado da primeira Constituinte, em 1823. A partir de 1827, foi representante da Bahia na Câmara dos Deputados por quatro legislaturas. Em 1840, foi eleito senador pela Província do Ceará. Entre os anos de 1848 e 1865, presidiu a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN).

Exerceu o cargo de ministro das pastas da Fazenda e dos Estrangeiros, quando defendeu os interesses nacionais na Questão Christie, uma crise diplomática envolvendo o Império do Brasil e o Império Britânico iniciada a partir da reclamação do diplomata britânico William Dougal Christie sobre o desrespeito a uma lei de 1831 que determinava a libertação de todos os negros que chegassem em território brasileiro.

Ao longo de sua vida, Miguel Calmon foi nomeado como Ministro de Estado por seis vezes, e foi uma vez Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário em Missão Especial.

Teve reconhecida atuação social. Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia, comissário do governo no Imperial Instituto dos Meninos Cegos, da mesa do recolhimento de Santa Thereza para asilo da infância desvalida e da comissão promotora do Instituto dos Surdos-mudos.

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Em 18 de julho de 1841 recebeu por decreto o título de Visconde de Abrantes. Entre os anos de 1844 e 1845 foi diplomata em Paris, Londres e Berlim. No dia 02 de dezembro de 1854, recebeu o título de Marques de Abrantes.

Entre outros títulos foi contemplado com as honrarias de Grandes do Império, veador de Sua Majestade a Imperatriz (título destinado a nobres que serviam a imperatriz no Paço ou fora dele), dignatário da Imperial Ordem da Rosa, Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro e das ordens de Conceição de Vila Viçosa, de Portugal; da Real Ordem Constantina das Duas Sicílias, de S. Maurício e S. Lázaro e de Leopoldo, da Bélgica.

Miguel Calmon du Pin e Almeida, o Marquês de Abrantes, foi casado com Maria Carolina de Piedade Pereira Baía, filha do Barão do Meriti. As festa e recepções em sua residência em Botafogo eram famosas. Morreu no dia 05 de outubro de 1865.

Fontes:

CARONE, Edgard. O Centro Industrial do Rio de Janeiro e sua importante participação na Economia Nacional (1827-1977). Rio de Janeiro: Editora Carone, 1978.

FRASÃO, Dilva. Biografia do Marquês de Abrantes. Disponível em: https://www.ebiografia.com/marques_abrantes/. Acesso em: 2 jun. 2025.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Catálogo Virtual de Processos da Nobreza. Disponível em: https://portaltj.tjrj.jus.br/documents/5989760/6464634/Catalogo_Virtual_da_Nobreza_20220902.pdf/ac870bdc-bdb8-3828-8176-411181bd7f34?t=1662351443438. Acesso em: 2 jun. 2025.

BRASIL ESCOLA. A Questão Christie. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/a-questao-christie.htm. Acesso em: 2 jun. 2025.

CORREIO MERCANTIL. Rio de Janeiro, ed. 6 out. 1865. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/217280/25336. Acesso em: 2 jun. 2025.