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Mauro Viegas Filho

O empresário do ramo de engenharia é presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da Firjan desde 1995 tendo atuado no desenvolvimento do Arco Metropolitano, na concessão do saneamento do estado do Rio, na retomada do aeroporto Galeão dentre outras ações estruturantes.
Publicado em 18/07/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:38
Mauro Viegas Filho em 09/02/2000. Créditos: Geraldo Viola/ Acervo Firjan

“O ideal é que as nossas entidades privadas, como a Firjan e outras, se relacionem com o poder público [federal, estadual, municipal] e consigam fazer elos virtuosos.” 

Mauro Viegas Filho em entrevista ao Memória da Indústria

Filho do arquiteto, urbanista, professor Mauro Ribeiro Viegas e de Elza de Noronha Viegas, professora formada, mas que se dedicou ao lar, Mauro Viegas Filho nasceu no Rio de Janeiro no dia 07 de junho de 1949. Passou sua infância no Leblon e sempre gostou muito de jogar futebol. Seus pais auxiliavam instituições sociais no bairro e foram provedores da Igreja Nossa Senhora do Outeiro, na Glória.

Estudou no Colégio Santo Inácio, em Botafogo, e no Colégio São José, na Tijuca. Formou-se em 1972 na Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro e começou a trabalhar, ainda como estagiário, na Concremat Engenharia e Tecnologia, empresa da família.

"Comecei como estagiário em 1967. Depois saí e entrei definitivamente como parte do quadro em 1970. Em dois anos, já estava como diretor administrativo e continuei a carreira. Trabalhei por 55 anos até me aposentar. Não exatamente me aposentar, porque não me aposentei até hoje. Fiquei com outras empresas, porque a Concremat fez outros filhotes, e um deles é a Concrejato, onde sou presidente do conselho. (...). Quando ela [Concremat] nasceu, era apenas um laboratório de materiais de construção, atividade que o meu pai lecionava na Universidade do Brasil, a UFRJ. O interessante sobre a engenharia consultiva, que é como chamamos aqui no Brasil, é que a primeira geração dessa engenharia no país veio dessa época que o meu pai criou a empresa. Antes não existia, existiam apenas consultores, pessoas físicas."

 Mauro Viegas Filho em entrevista ao Memória da Indústria.

Em 2017, a Concremat foi vendida para o grupo China Communications Construction Company (CCCC). Naquele momento, a empresa tinha quase 10 mil funcionários e receita acima de 1 bilhão de reais. Viegas ficou como vice-presidente do conselho até 2022, ano que passou a se dedicar apenas à Concrejato.

- É uma empresa que atua em engenharia e em diversas atividades e segmentos, é multidisciplinar. Isso foi evoluindo, as empresas foram se organizando e essas empresas viraram depois multidisciplinares, ou seja, não eram só mais empresas de engenharia de concreto, mas de engenharia de solos, de engenharia de energia elétrica, hidráulica, enfim. E essas empresas montaram organizações maiores que competem no mercado internacional.

ATUAÇÃO NA FIRJAN

A trajetória de Mauro Viegas Filho na Firjan começa em 1989 como vice-presidente do Conselho de Assuntos Econômicos. Em 1995, ele passa a ser o presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura, cargo que ocupa até hoje.

- Presido o Conselho com muita honra desde 1995. Antes, o João Barbará era o presidente e eu o vice. Algum tempo depois, ele se licenciou e pediu que eu assumisse a presidência. Esse Conselho não tem uma ligação direta com a indústria no sentido de que não trabalha dentro da indústria, mas tem uma responsabilidade, uma importância de gerar condições para que os investimentos que a indústria precisa para escoar o que produz, e ser competitiva em qualquer lugar do mundo, sejam realizados.

No Conselho, através de parcerias com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desenvolveu projetos para a melhoria da infraestrutura de transporte no Estado, como por exemplo a criação do Arco Metropolitano.

- Esse projeto do Arco foi iniciado em 1972 e parou logo em seguida, sem nem chegar a ter cinco anos de estudos e projetos. (...) Em 1995, 20 anos depois, peguei essa bandeira e disse: vamos tocar isso em frente, vamos tentar. Aí fizemos um esforço junto ao BNDES para continuar o projeto, fazer as topografias, porque um projeto de infraestrutura é perecível. Se você não faz em determinado tempo, seja ele de transporte, de saneamento, as regiões mudam o seu aspecto, o seu espectro de localização, porque fica mais densa a população e ocupação por residências. Tínhamos um tempo, que não era a vida toda, para poder fazer esse investimento acontecer. (...) O BNDES sempre foi um parceiro muito grande da Firjan e questionou quem seria o avalista, já que a Firjan não pode. Aí encontramos duas empresas que se propuseram a pagar a topografia para dar o kick-off. E assim foi. Isso é a persistência, que somos obrigados a ter para levar adiante projetos que finalmente atingiram agora - que o Arco Metropolitano conseguiu ser uma grande via concedida à iniciativa privada -, o objetivo que desejávamos quando foram feitos os editais na época de 1995 até 2004.

Outra parceria com o BNDES foi na concessão do saneamento à iniciativa privada no Rio de Janeiro, através de quatro lotes de distribuição de água na capital do estado e mais 42 municípios que estão na região metropolitana. Por conta disso, a despoluição da Baia de Guanabara, da Praia de Botafogo e Flamengo está acontecendo, graças aos investimentos das empresas concessionárias.

- Nosso Conselho já realizou também, como forma a ajudar aos governos, treinamento e capacitação para funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Estado. Isso de forma a gerar uma melhoria de nível de qualidade para poder administrar, porque o Estado e o município são dois entes importantes que têm que fiscalizar as obras, e fazer com que elas aconteçam. Então, montamos um programa, à época, junto com a Firjan SESI, e fizemos duas turmas de 40 profissionais da Prefeitura e 40 do Estado. Eram turmas diferentes, porque a forma deles fiscalizarem é diferente.

Outro tema em que Viegas destaca a atuação relevante da Firjan e do Conselho Empresarial são a participação no grupo de trabalho do Ministério dos Transportes para modificar os termos de concessão do Aeroporto Santos Dumont. A tentativa de construção de um modelo alternativo ao desenhado acabaram impactando positivamente na retomada do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão.

“Conseguimos cancelar a licitação que estava em curso e propor uma nova modelagem que agradou a atual concessionária do Galeão e freou a concessão do Santos Dumont”, relembra.

Outros temas pautados pelo Conselho Empresarial que são destaque na imprensa são o trabalho em prol da construção da EF-118 e nas concessões das rodovias Presidente Dutra - tendo como principal destaque a nova subida da Serra das Araras -, a BR-040 e a chamada Rio-Valadares que pega o Arco Metropolitano, a Dutra e a Baixada, e a Rio-Teresópolis (BR-116 até Governador Valadares).

Na Firjan, Mauro Viegas Filho fez parte da Diretoria Plena e do Conselho Diretor do Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ), do Conselho Regional da Firjan SESI/RJ, do Conselho Regional da Firjan SENAI, do Conselho Fiscal e do Conselho Regional do IEL/RJ e do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública. Em 2010, foi condecorado com a Medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro, como Presidente da Concremat.

De 2011 a 2018 presidiu, ainda, a Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE).

Confira abaixo a galeria de imagens

 

FONTES:

Entrevista com Mauro Viegas Filho pelo projeto Memória da Indústria da Firjan, realizada em 25 de março de 2024; Perfil da empresa Concremat no Linkedin, disponível em https://www.linkedin.com/company/concremat/about/, acessada em 25 de março de 2025; Página Quem sonos da Concremat, disponível em https://www.concremat.com.br/quem-somos/, acessada em 25 de março de 2025.