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José da Rocha Pinto

Foi presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro (Simperj), vice-presidente do Conselho Empresarial de Assuntos Legislativos da Firjan e integrante do Conselho de Eméritos da entidade. Morreu em 25 de agosto de 2024.
Publicado em 02/09/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:38
José da Rocha Pinto. Crédito: Acervo Firjan

Filho do pedreiro José Pinto e da dona de casa Yolanda da Rocha Pinto, José da Rocha Pinto nasceu no Rio de Janeiro no dia 20 de março de 1940. Estudou no Colégio São Miguel, na Rua Voluntários da Pátria, e no Colégio Juruena, também no bairro de Botafogo, que funcionava onde hoje é a Fundação Getúlio Vargas. Fez faculdade de engenharia mecânica na PUC-Rio.

- Nesta altura, meu pai já era dono de uma firma de construção. Ele trabalhou, foi mestre de obra, e fez uma firma de construção civil [a J. Pinto Construções], assim já podia pagar um pouco na minha escola. Entrei e entendi o seguinte: a única maneira de recompensar o meu pai era ser bom aluno, então em todo curso que fiz, era sempre o primeiro ou o segundo lugar. Na PUC, ao me formar, em 1964, em Engenharia Mecânica, me formei em primeiro lugar também. – relembrou em entrevista à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em 2016.

José da Rocha Pinto iniciou sua carreira profissional, em 1962, como estagiário da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). Ao se formar, entrou para a Alladin, empresa de produtos térmicos.

- Me encantei com a Aladdin, que me convidou pagando mais do que todo mundo. Passei para a Petrobras que queria me mandar para a Bahia. Achei que não deveria ir para não deixar meus pais aqui sozinhos depois de eles terem me ajudado tanto na vida. Fiquei no Rio e ingressei na Aladdin. Entrei como gerente da fábrica de vidros. O presidente da firma, vendo que eu era gerente de setor, engenheiro, disse: ‘olha, quando o setor de plástico estiver andando você vai pra lá’. Dali passei para o plástico em 1972 e, sucessivamente, fui subindo na firma até chegar a diretor estatutário. – contou em 2016.

Em 40 anos trabalhando na Aladdin, o empresário ocupou sucessivamente os cargos de gerente-geral de Engenharia, diretor de Engenharia, diretor estatutário e membro do Conselho de Administração. Entre as realizações na empresa, José da Rocha Pinto abriu as portas para contratação de mulheres para operar máquinas na indústria de plástico.

“O plástico ajudou a resolver um problema e criou outro, o da reciclagem. Tem que haver certo esforço do pessoal para separar adequadamente. Mas o plástico facilitou muito a redução dos preços e a fazer chegar produtos com segurança a diversos pontos do país.” 

José da Rocha Pinto em entrevista ao Memória da Indústria

Ele também foi sócio da Quartz Equipamentos e Tecnologia, que recuperava óleos industriais e fazia máquinas para a indústria farmacêutica fazer comprimidos. Ao longo da jornada, também se especializou no setor plástico pela Universidade de Nova York (NYU).

ATUAÇÃO SINDICAL E NA FIRJAN

José da Rocha Pinto foi pela primeira vez diretor do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro (Simperj) em 1986. Em 1995 assumiu a vice-presidência do sindicato e 2004 foi eleito presidente pela primeira vez.

- Em 1990, recebi a Macromolécula de Ouro, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao setor de transformação de material plástico do Estado do Rio de Janeiro, em decisão unânime dos colegas diretores, homologada em assembleia geral. Em 2005, recebi o troféu Ministro Dílson Funaro como destaque no setor industrial de transformação de plástico no 22º Encontro Nacional do Plástico. Recebi um prêmio nacional de destaque no setor de plástico em 2005. Em 25 de maio de 2012, recebi a Medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro da FIRJAN.

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Em 1989, o empresário começa sua trajetória na Firjan integrando o Conselho Superior de Representantes da Firjan como membro do Simperj. Em 2004, passou a Diretor Pleno Efetivo da FIRJAN. Foi também presidente do Conselho Empresarial de Assuntos Legislativos da entidade e vice de conselho análogo na CNI e membro do Conselho de Eméritos da Firjan.

Em 2003, o empresário teve participação efetiva na criação da Lei Plast Rio, que dava incentivos fiscais ao setor do plástico estimulando o estabelecimento de novas indústrias no Estado do Rio de Janeiro.

Em uma parceria do Simperj com a Firjan e a Firjan SESI, criou o Teatro do Plástico para divulgar como tratar, reciclar, descartar este material. O projeto ganhou em 2015 o primeiro Melhores Práticas Sindicais, setor socioambiental da FIRJAN.

- Isso foi uma coisa extraordinária porque a nossa parceria com o Firjan SESI permitiu que usássemos os espaços do teatro da entidade. São 20 atores, nós tínhamos os cenários, as roupas, tudo guardado por nós. (...) Pasmem. Já atendemos 12.180 crianças [até 2016]. Nós entregamos uma apostila, um jogo para as crianças, ensinando como descartar o plástico, mas nós não ficamos só no plástico. Nós também ensinamos como separar os metais, os vidros etc. No final da peça, que é um musical, elas saem cantando. As crianças dançam, cantam. As músicas são todas criadas por nós. O maestro é exclusivamente do Simperj. O que pretendo fazer com isto? Explicar ao pessoal que o plástico não é tão ruim assim, contou na entrevista à Firjan.

José da Rocha Pinto passou a integrar o Conselho de Eméritos da Firjan em 2015. Ele morreu no dia 25 de agosto de 2024.

Fontes:

Entrevista de José da Rocha Pinto à Firjan realizada em dezembro de 2016; Nota de Falecimento publicada no site da Firjan, disponível em https://firjan.com.br/noticias/falecimento-do-empresario-jose-da-rocha-pinto.htm#:~:text=%C3%89%20com%20pesar%20que%20a,domingo%20(25%2F8); acessada em 14 de fevereiro de 2025.