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Gil Grosman

Membro do Conselho de Eméritos da Firjan, o empresário do ramo moveleiro comandou as fusões dos sindicatos do setor nos anos de 1980 e pela Firjan participou de diversas missões ao exterior para desenvolvimento do setor no estado do Rio.
Publicado em 02/06/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:37
Gil Grosman em 10/07/2023. Créditos: Vinícius Magalhães/ Acervo Firjan

“A Firjan é um órgão que congrega os sindicatos, permite que eles discutam entre si suas necessidades e troquem informação. A Firjan é o guarda-chuva da indústria.” 

Gil Grosman em entrevista ao Memória da Indústria

Mineiro de Belo Horizonte, nascido em 20 de julho de 1939, Gil Grosman é filho do comerciante Luiz Grosman e da dona de casa Esther Grosman. Aos nove anos, a família vai para Sorocaba, interior de São Paulo, por conta dos negócios do pai. A vida do futuro empresário muda quando em menos de quatro anos perde o pai e a mãe, em 1950 e 1954.  No ano seguinte, em 1955, Grosman, então com 14 anos, vai para o Rio de Janeiro morar com sua irmã mais velha, que havia se casado e morava na cidade.

No Rio, por orientação de seu cunhado, faz o curso técnico de contabilidade. Já formado contador, inicia a faculdade de direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e se gradua em 1963. Munis Zilberberg lhe apresenta à família e Grosman conhece a mãe do colega, dona Zizel Zilberberg, que atendia pelo nome de Celina. Celina tinha uma loja de estofados na rua Haddock Lobo, na Tijuca, Zona Norte do Rio.

- Meu amigo me convidou para trabalhar com eles e iniciei como contador, escriturário e administrador.  Em 1966, me casei com a irmã dele, Léa Grosman. De lá para cá, fomos desenvolvendo o negócio e fizemos uma fábrica de móveis, de madeira, estofados e lojas. Nós tínhamos a marca Celina. Em 1970, construímos um prédio industrial em Inhaúma com 10 mil metros quadrados. – relembrou Grosman em entrevista ao Memória da Indústria. Gil é pai de Bernard Grosman e Albert Luis Grosman

A empresa Celina optou por um formato de negócio inovador. Não vendia seus móveis para lojistas. Optou por abrir suas próprias lojas e oferecer seus produtos diretamente para o consumidor final. Nos anos de 1980, lançaram a marca Casaredo, com o intuito de vender móveis para um público mais jovem. Segundo Grosman, a empresa também foi a pioneira em trabalhar com decoração de hotéis. Em parceria com a Servenco, uma companhia da construção civil, a Celina popularizou a venda de imóveis decorados.

“A construtora Servenco foi a primeira a vender apartamentos prontos. E fomos os primeiros a decorar um apartamento, inclusive com cortinas funcionando. Nós devemos ter feito uns 25 a 30 prédios com a Servenco. Daí que nasceu a possibilidade de, no início da obra, visitar o apartamento decorado. O apartamento decorado normalmente vem com um armário e uma cozinha. Agora alguns já estão sofisticando mais, mas os da Servenco eram completos, com tapete, com cortina. E teve prédios que fizemos, o prédio inteirinho. Compraram móveis conosco e tínhamos que criar um sofá diferente para um vizinho não ter produto igual ao outro.”  

Gil Grosman em entrevista ao Memória da Indústria

O início no sindicato e as missões pela Firjan

Em 1972, participou da fundação e foi o primeiro presidente da Associação dos Fabricantes de Móveis do Brasil (AFAM), entidade inspirada na associação dos fabricantes de móveis de Copenhagen, na Dinamarca. Com a AFAM iniciou as caravanas pelo Brasil e pelo mundo para trocas de conhecimento sobre o setor.  

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Grosman assume como presidente do Sindicato da Indústria de Móveis e Marcenaria do Rio de Janeiro, em 1979, e promove reformas que culminaram com a fusão, em 1985, com sindicato que representava as carpintarias, tanoarias e serrarias do município. A fusão foi aprovada em 11 de fevereiro daquele ano. Mais tarde, outras incorporações e fusões ocorreram e a instituição passou a se chamar Sindicato das Indústrias de Moveis de Madeira, Junco e Vime, Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Vassouras, Escovas e Pincéis, Madeiras Compensadas e Laminadas, Cortinados e Estofados, Aglomerados, Chapas de Fibra de Madeira do Rio de Janeiro. A sigla, no entanto, continuou a ser SIM-Rio.  

A SIM-Rio é a mais antiga entidade sindical brasileira dos empresários de ramo moveleiro e um dos mais antigos sindicatos do país segundo a publicação Retratos de Uma História Social – A indústria moveleira do Rio de Janeiro, lançada pela Firjan SENAI, em 2019.

Grosman é presidente do SIM-Rio desde 1992. No mesmo ano, passou a fazer parte do Conselho Superior de Representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) como representante do sindicato. Entre 2006 e 2008, foi membro do Fórum Empresarial da Cadeia da Indústria Moveleira da Firjan.

Na Firjan, Grosman ajudou a implementar as missões internacionais onde empresários do ramo moveleiro viajavam pelos grandes polos mundiais do setor. A troca de experiências e a buscar por novos negócios auxiliaram no desenvolvimento do setor no estado do Rio. Em 10 de julho de 2023, entrou para o Conselho de Eméritos da Firjan.

Fontes:

Entrevista de Gil Grosman ao Projeto Memória da Indústria realizada em 26 de junho de 2024; Retratos de uma História Social – A Indústria Moveleira do Rio de Janeiro. Ed. Firjan SENAI, Rio de Janeiro, 2019.