Pular para o conteúdo principal

Edvaldo Xavier de Carvalho (Fafal)

Engenheiro civil, presidiu a representação Regional da Firjan no Sul Fluminense, e participou da criação do Cluster Automotivo do Sul Fluminense
Publicado em 18/08/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:40
Edvaldo Xavier de Carvalho. Crédito: Antonio Batalha/Acervo Firjan
Edvaldo Xavier de Carvalho. Crédito: Antonio Batalha/Acervo Firjan

Nascido em Barra Mansa, no dia 22 de março de 1952, Edvaldo Xavier de Carvalho é filho de Edvaldo Duarte de Carvalho e Maria Helena Xavier. Em 1940, seu pai veio de Minas Gerais para a cidade para ser gerente do Banco Hipotecário de Minas Gerais, depois abriu um comércio de bebidas. Sua mãe era do lar. Conhecido pelo apelido de Fafal, ele estudou no colégio Dom Bosco. Formou-se em engenharia na Escola de Engenharia de Volta Redonda, em 1976.

"O meu avô João Sacchetti fez obras grandes aqui. O primeiro edifício da cidade, ampliou a matriz de Barra Mansa. Ele sempre me empolgava muito para ir para esse lado da engenharia."

Fafal em entrevista ao Memória da Indústria

Após se formar, fundou três empresas: a Seg-incêndio Projetos Comércio e Instalações LTDA., pioneira na região que trabalhava com sistemas de incêndio e telefonia; a Gipóia Fundações e Construções Ltda e a Construtora Fafal Ltda. onde seguiu seu caminho profissional.

- Sempre fui um jovem muito empreendedor e bem relacionado (...). As pessoas se afeiçoavam a mim, gostavam dos meus posicionamentos e acabavam me convidando para participar, a presidência da Associação Comercial de Barra Mansa, por exemplo, foi assim. Toda a minha estrutura de engenharia eu colocava à disposição da sociedade. A partir de uma feira municipal organizada por mim, arrecadamos recursos e construímos a APAE de Barra Mansa. - disse em entrevista ao Memória da Indústria.

Fafal foi presidente do Rotary Club de Barra Mansa e abriu as portas para as mulheres na associação.

-Na minha gestão, Gislaine Santiago começou a participar como membro associado do Rotary de Barra Mansa-Sul, a primeira mulher, à época, no Distrito 460, região que compreendia São Paulo e Rio de Janeiro - relembrou, durante a entrevista. Fafal é casado com Maria Teresa de Oliveira Gonçalves Carvalho e pai de Cesar Gonçalves de Carvalho e Fernanda Gonçalves de Carvalho.

ATUAÇÃO NA FIRJAN

A trajetória do empresário na Firjan começa em 1984 quando ele assume uma cadeira no Conselho da Representação Regional da Firjan/CIRJ no Sul Fluminense, que reúne 17 municípios, como dirigente industrial pela Construtora Fafal.

- A Firjan ainda não era a potência que é hoje. Ela era mais fechada. As pessoas não sabiam o que era o Sistema S direito e nem a Firjan. Então, elas viam o SESI, o SENAI, mas não sabiam da real estrutura que existia. O mais interessante é que em Barra Mansa tínhamos uma comissão intermunicipal, com os representantes dos sindicatos. E as comissões intermunicipais ainda não tinham sido criadas pela Firjan. Eu representava a construção civil. (...) Colocaram-me na presidência dessa comissão e criávamos diversos projetos. Um deles foi o primeiro encontro da indústria do Sul Fluminense. Fizemos em Quatis, que era uma cidade que havia se emancipado. Assim não daria disputa com Resende e nem com Volta Redonda. Na época, o Eduardo Eugênio e a diretoria da Firjan gostaram muito da ideia e resolveram fazer o primeiro encontro da indústria do estado do Rio de Janeiro.

Confira a galeria de fotos

Fafal acompanhou de perto e teve participação importante no processo de interiorização da federação. Na inauguração da nova sede da Representação Regional no Sul Fluminense em Resende, em 1998, ele testemunhou um dos símbolos da criação do Sistema Firjan, que transformou o SESI, SENAI, CIRJ e IEL em um "só corpo", unificando as áreas meio dessas instituições.

"Tinha um muro [separando SESI e SENAI]. O Henrique [Nora] queria derrubar o muro de qualquer jeito para aumentar a integração do sistema, pois não fazia sentido ter uma separação. 'Isso aqui está igual ao muro de Berlim', ele disse. Foi muito interessante. Fomos ver a derrubada do muro, e aí ligou os dois, SESI e SENAI."  

Fafal em entrevista ao Memória da Indústria

Entre 1995 e 2013, Fafal foi vice-presidente do Conselho Regional do Sul Fluminense. Participou da luta pela restauração da Fazenda da Posse, marco histórico da cidade de Barra Mansa que teve sua construção concluída em 1768. Em 2013, assumiu a presidência da Regional, cargo que exerceu até 2018.

- O Henrique Nora [Presidente da Conselho da Regional da Firjan/CIRJ no Sul Fluminense à época] defendeu trazer a regional para Volta Redonda para ela ficar mais centralizada. Por exemplo, se você sair de Barra do Piraí para ir para Resende é uma viagem, agora como Volta Redonda é o meio, a regional está mais perto.

Em 2014, ao lado de um grupo de empresas do setor, Fafal participou ativamente da criação do Cluster Automotivo Sul Fluminense. O órgão funciona como um fórum de discussão para cooperação, promoção de competitividade, manutenção do desenvolvimento da indústria e dos impactos positivos. Esse Polo Automotivo é o segundo maior do país, reunindo as empresas Volkswagen Caminhões e Ônibus (que foi a primeira a se instalar na área em 1996), Peugeot-Citroen (Stellantis) (2001), Nissan (2014), Hyundai (2015) e Jaguar Land Rover (2016).

- O negócio foi disputado porque são projetos de nações, tem Hyundai, coreana, tem a Volkswagen, outras internacionalizadas, tem a Peugeot, a Nissan. Eu peguei essa pressão no início. (...) Lembro que assumi em outubro ou setembro, e o lançamento foi lá em Resende em dezembro. Olha a importância da mobilização... eles fizeram o cluster para defesa de interesses e no início usaram muito a Firjan. Hoje estão mais independentes porque eles se tornaram uma força, e o cluster atraiu até mais empresas para cá. Participei de muitas reuniões, estava sempre presente e o mais interessante que quando estamos presentes vemos as pessoas da região se empregarem nessas empresas, que são modelos e trazem muito aprendizado e desenvolvimento.

Fafal articulou e participou da fundação da primeira FLUMISUL -Feira Internacional de Negócios do Sul Fluminense em 1998 e em suas ampliações para se tornar nas edições posteriores multissetorial de negócios do estado. Em 2002 ela foi assumida pelo SESI, ganhando mais estrutura e trazendo importantes empresários de vários locais do mundo para participar.

"Sempre defendi que o nosso Conselho (CIRJ) é empresarial, não é sindical. O conselho empresarial é importante. O sindicato tem seu valor. Ele tem tudo, mas não é tudo. Então, vejo a Firjan muito pelo CIRJ, como o poder mobilizador do setor empresarial, mas que não era utilizado, ele fica mais ali escondidinho. Sempre defendi o setor empresarial independente do setor sindical e tivemos embates aqui fabulosos."

Edvaldo Xavier de Carvalho, o Fafal, ao Memória da Indústria

Fontes:

Edvaldo Xavier de Carvalho ao projeto Memória da Indústria, da Firjan, realizada em 02 de agosto de 2024.