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Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Presidente da Firjan entre os anos de 1995 e 2024, o empresário do ramo petroquímico deixou um legado de modernização, criação do Sistema Firjan, interiorização e desenvolvimento industrial no Estado do Rio de Janeiro. É presidente do Conselho Superior de Representantes da Firjan.
Publicado em 15/08/2025 - Atualizado em 16/10/2025 17:46
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira discursa durante Caravana à Brasília em 2019. Créditos: Paula Johas/ Acervo Firjan
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira discursa durante Caravana à Brasília em 2019. Créditos: Paula Johas/ Acervo Firjan

Se você não moderniza, você acaba. Você morre.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira em entrevista ao Memória da Indústria
 

De estagiário nas Empresas Petróleo Ipiranga até as realizações como presidente da Firjan, a trajetória de Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira começa no Rio de Janeiro, no dia 03 de junho de 1947, data de seu nascimento. Filho do advogado João Pedro Gouvêa Vieira e de Cecília Almeida e Silva Gouvêa Vieira, ele estudou no colégio Santo Inácio e se formou em engenharia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1970.

O início na indústria se dá no ano de 1968, na Ipiranga, empresa do qual seu pai foi um dos acionistas fundadores. Começou já com a responsabilidade de colaborar nos estudos para montar uma fábrica de fertilizantes no sul do país. Trabalhou na empresa por quase 40 anos, e foi o responsável pela construção de todo o ativo industrial da área química e petroquímica da Ipiranga, vendido em 2007.

Na década de 1980, passou a integrar a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), entidade que congrega indústrias químicas e prestadores de serviços do setor. Chegou à presidência da associação em 1991. Nela, participou ativamente do Plano Nacional de Desestatização do Governo Federal, e das discussões sobre as reduções nas tarifas alfandegárias. 

 

Legado na Firjan

 

Enquanto estava na Abiquim, foi convidado por Arthur João Donato, então presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), para integrar o Conselho de Economia da entidade em 1992. Eduardo Eugenio conta que se surpreendeu quando Donato o indicou para sucedê-lo como presidente da entidade pouco tempo depois. Em 1995, ele foi eleito como presidente da Firjan, cargo que exerceu até 2024, quando se torna presidente do Conselho Superior de Representantes da mesma entidade.

Durante os 29 anos de gestão, Eduardo Eugenio abraçou a missão de consolidar a Firjan como instituição representativa da indústria de todo o estado, com relevância nacional, trabalhando em prol do desenvolvimento do Rio de Janeiro.

Um dos importantes legados foi a união das instituições Firjan, SESI (Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), CIRJ (Centro Industrial do Rio de Janeiro) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi) em um mesmo “corpo”. Em 1996 ele implanta o Sistema Firjan, um modelo de gestão inovador à época, que gerou economia de recursos, ganho de escala e impacto nas áreas de tecnologia, saúde, educação e associativismo. 

 

Quando vim para a Firjan, tinha a Firjan, o CIRJ, o SESI, o SENAI e o IEL, com ‘donos’ e responsabilidades diferentes. E havia muita duplicidade. Três departamentos jurídicos, por exemplo. Então, começamos [o Sistema] de forma pioneira e foi duro, demorado. Agora todo mundo usa o termo sistema, mas fizemos um negócio profundo. E teve um momento simbólico desse movimento, que foi a abertura do muro [entre as unidades SESI e SENAI em Resende]. Foi simples, a queda do muro físico, mas foi simbólico..

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira em entrevista ao Memória da Indústria
 

O trabalho de interiorização e aumento da abrangência da Firjan no estado, iniciado na presidência de Arthur João Donato, foi ampliado na gestão de Eduardo Eugenio. Duas novas representações regionais da Firjan CIRJ foram inauguradas: a da Baixada Fluminense, em Duque de Caxias (1996), e no Centro Sul Fluminense, em Três Rios (2014). 

- Era importante que, para ser uma instituição do estado do Rio de Janeiro, nós tivéssemos braços nas principais regiões. Como? Trazendo os empresários daquela região para participar e levar serviços para os trabalhadores no interior. Então, temos hoje dez representações, são fóruns onde os empresários participam. É a forma de conectar a decisão da instituição sobre qual caminho tomar com os anseios da base empresarial. Então, é uma forma de você alargar e de ser verdadeiro. Nós, hoje, somos representantes do estado todo. E temos indústrias da maior importância. – explica Eduardo Eugenio ao Memória da Indústria em dezembro de 2023.

Com foco no crescimento da indústria e desenvolvimento do estado, a Firjan sob o comando de Eduardo Eugenio desenvolveu estudos e pesquisas técnicas e propositivas. Em 1995, foi criado o Decisão Rio, reunindo as intenções de investimentos públicos e privados no estado do Rio de Janeiro. No ano seguinte, a instituição lançou o Potencialidades do estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Nele, foi feito um retrato das oportunidades e gargalos para o desenvolvimento regional. Em agosto de 2006, foi a vez do lançamento no Theatro Municipal, com a presença de todos os candidatos ao governo do RJ, do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro que, em suas duas edições, ajudou a orientar o plano estratégico do estado com a visão dos empresários sobre necessidades que precisavam ser resolvidas em prol da competitividade. Mais recentemente, em 2022, foi criada a Agenda Brasil 4.0, que indicou propostas nas esferas federal e estadual para que a indústria continuasse avançando e contribuindo com o crescimento econômico do Brasil e do estado do Rio de Janeiro.

Outra característica foi a interlocução com agentes públicos e a postura propositiva. Projetos estruturantes tiveram a participação da Firjan como a construção do Arco Metropolitano, entregue em 2014, uma autoestrada que liga Caxias e ao Porto de Itaguaí, passando por Nova Iguaçu, Japeri e Seropédica; o Porto do Açu, o maior complexo porto-indústria privado da América Latina, em operação desde 2014, e a instalação da Fábrica Automotiva da Peugeot em Porto Real. Para implantação da fábrica, Eduardo Eugenio viajou duas vezes para França para auxiliar nas negociações com representantes da Peugeot. 

- O Rio é o segundo estado mais importante do país. Então o governante que queira interagir com a sociedade tem que vir ao Rio. E eles sabem que a Firjan é uma instituição isenta. Nós não somos partidários. Então estamos abertos institucionalmente a qualquer um. Aqui tem uma possibilidade de um diálogo franco com o setor econômico e com a sociedade como um todo. E isso vem de sempre. Além disso, nós lidamos com o Congresso Nacional. Nós temos um escritório em Brasília justamente para facilitar o nosso entrosamento com os projetos que afetam o estado do Rio de Janeiro. Esse escritório tem pessoas competentes e que transitam no Executivo, no Legislativo e em parceria com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que tem uma estrutura maior em Brasília. - destaca.  

 

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira participa de sessão legislativa em Brasília em 2019. Créditos: Paula Johas/ Acervo Firjan

 

Do fortalecimento da atuação da Firjan em Brasília como espaço de apoio às reivindicações dos empresários junto ao Parlamento e ao Executivo; à realização de missões nacionais e internacionais, a recepção de autoridades de todo o mundo e a ampliação da fronteira para os negócios, uma das marcas de sua gestão foi acompanhar o movimento de globalização e fazer com que o Rio acompanhasse essa tendência. Através do Centro Internacional de Negócios (CIN), hoje Firjan Internacional, a instituição atuou no fomento de projetos para ampliar o fluxo de investimentos, o comércio bilateral e a cooperação econômica. Foram realizadas missões setoriais a várias partes do mundo, encontros internacionais, workshops, rodadas de negócios e grandes eventos que entraram para a agenda nacional sempre com o foco de aumentar o volume e o valor do produto exportado.  

Com o intuito de valorizar o debate sobre a representação empresarial, Eduardo traduz em 1998 o livro O Barão da República (Le Baron de la Republique), de Ernest-Antoine Seilliėre. O empresário assumiu em 1998 a presidência do Conselho Nacional do Patronato Francês (Conseil National du Patronat Français), grande representação empresarial europeia, e a transformou em Medef (Mouvement des entreprises de France). "A França, berço da democracia da era moderna considera a representação empresarial como um dos mais relevantes de seus ativos sociais. E Seilliére sempre defendeu a necessidade de as representações empresariais serem livres, fortes, com personalidade e ousadia. Entendendo a importância econômica dos investimentos franceses no Rio de Janeiro estabelecemos um entendimento forte e duradouro entre Firjan e Medef", relembra Eduardo. 

- Sempre nos preocupamos em estar antenados, recebendo dirigentes de alto nivel aqui e indo ao mundo para ter contatos não apenas empresariais, mas também junto às autoridades. E aproveitando muito os encontros bilaterais que os diversos governos tiveram para recebermos as autoridades aqui no Rio de Janeiro. Hoje temos uma agenda econômica e institucional com a Europa, Asia e América, relata Eduardo, que é cônsul honorário da Coreia do Sul e chairman do Wise Group, criado por Eliezer Batista, que reúne os cinco maiores empresários japoneses e o governo japonês, e grandes empresários brasileiros e o governo para fortalecer laços e cooperação entre os dois países.  

O olhar para educação foi outra marca de sua gestão. Em 1999, foi lançado o Projeto Transformar, uma ação para ajudar a erradicar o analfabetismo entre jovens e adultos no estado. Em 2002, recebe a chancela das Nações Unidas (ONU), ganhando o certificado de Programa de Alto Impacto Social do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A metodologia desenvolvida pelo Transformar serviu de base para uma parceria entre o SESI Nacional e o Ministério da Educação. Em 2004 foi implantado o Projeto SESI – Por um Brasil Alfabetizado em todas as regiões do Brasil, com o compromisso de alfabetizar dois milhões de pessoas até o final de 2006.

- O mais importante disso tudo é a questão da educação. Nós fomos pioneiros na educação básica integrada com educação profissional. Ou seja, nós fazemos o curso fundamental, o médio, e os meninos, as meninas já entram no SENAI ao mesmo tempo. Isso foi uma novidade da integração. Antigamente, a pessoa do SENAI não falava com o SESI. E o Brasil todo adotou isso depois. Ou quase todas as escolas. Nós estamos nisso há muitos anos. Agora o governo está estimulando na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o ensino técnico integrado. – avalia Eduardo Eugenio. 

A inovação e inclusão de tecnologias nas escolas SESI e SENAI receberam atenção especial. Foram criadas ações como o Conecta que, entre outras coisas, ajudou milhares de professores da rede SENAI SESI e da Rede Estadual de Educação a aprender novas tecnologias educacionais.

Os FabLabs, laboratórios de fabricação digital, foram outra iniciativa que se somou às ações empreendidas voltadas à democratização do acesso à tecnologia e à inovação. Focado na criação e prototipagem, eles contam com impressoras 3D, cortadoras a laser e outras tecnologias, e os primeiros foram abertos em 2014. Dez anos depois, ano em que Eduardo Eugenio deixou a presidência, 20 FabLabs estavam em funcionamento em todo o estado.  

Em 2023, a Firjan SESI, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), estudou a evasão escolar e elaborou o estudo Combate à evasão no Ensino Médio — Desafios e Oportunidades. Dele, surgiu a ideia de conceder auxílio financeiro para manter os jovens na escola. Sugestão que se transformou em política pública. 

 

Impacto social

 

Desde o início de sua gestão, Eduardo Eugênio sempre destacou o impacto social das ações do SESI. E realizou parcerias importantes com projetos nacionais como a Alfabetização Solidária, projeto da ONG Comunidade Solidária liderado pela então primeira-dama Ruth Cardoso. Em 2010, lançou o SESI Cidadania, que tem por objetivo desenvolver ações e projetos em territórios com vulnerabilidade social, que contavam com a presença do Programa nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criadas pelo governo do estado.

O programa abrange as áreas de educação, esporte, lazer, cultura e empreendedorismo, ampliando oportunidades de inclusão para o mercado de trabalho através do acesso à qualificação profissional, desenvolvimento de atividades sócio esportivas e educacionais contribuindo para melhoria na qualidade de vida dos participantes. Bibliotecas, Agentes da Cidadania, Corujão de ensino técnico, SESI Cultural, Cozinha Brasil foram algum dos projetos que o SESI Cidadania, o maior programa de responsabilidade social da Firjan, levou para as comunidades. Com isso, a Firjan passou a ter uma agenda intensa de ações de voluntariado empresarial em algumas áreas que contavam com UPPs. Apesar do fim do programa de governo, em 2024, o SESI Cidadania ainda permanecia presente em 30 localidades. 

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Essa grande rede de ação e de solidariedade foi o que permitiu à Firjan a rápida ação diante das tragédias climáticas. Em janeiro de 2011, as Regiões Serrana, Norte e Noroeste do Estado foram atingidas por fortes chuvas, sendo o epicentro da destruição o município de Nova Friburgo. Foram iniciadas gestões junto aos governos estadual e federal para prorrogar prazos de pagamentos de impostos e agilizar a liberação de recursos. Nova Friburgo e Teresópolis sediaram a campanha SOS Empresas, para dar início à renegociação de dívidas com bancos, concessionárias de serviços públicos, bem como orientação às empresas, no intuito de estimular a retomada da economia, do emprego e da renda. Ao todo mil empresários foram atendidos.

- Coordenamos, ainda, um esforço conjunto de empresários que se mobilizaram na construção de mais de 120 casas para famílias em situação de vulnerabilidade. Foram as únicas casas entregues após essa tragédia de 2011. Virou um bairro, relembra Eduardo Eugênio. 

Em 2022, fortes chuvas atingiram Petrópolis, também localizada na Região Serrana. No dia seguinte à tragédia, a Firjan já havia articulado o apoio de 54 empresas para a doação de recursos que atenderiam às necessidades mais imediatas da população. A campanha “Firjan SESI Solidariedade – SOS Petrópolis” convocou empresas que pudessem ajudar na doação de materiais para necessidades urgentes. Um hotsite aberto permitiu inclusive o recebimento de doações financeiras. Em uma semana foram arrecadadas mais de R$ 1,1 milhão em recursos financeiros, além de mais de 50 mil litros de água, 3 mil unidades de material de limpeza. Mais de 9 mil itens de higiene pessoal, mil pacotes de pães, 10 mil máscaras cirúrgicas e 50 mil colchonetes e 10 mil litros de combustível e apoio logístico. O trabalho de ajuda às pessoas e empresas para a recuperação econômica da cidade foi reconhecido com a medalha do Mérito da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro entregue à Firjan. 

 

Estou convencido de que nós todos servimos à sociedade. E, diferentemente do que alguns afirmam, todos nós somos trabalhadores. Então, a Firjan serve para a promoção da pessoa. Quer seja no emprego, na educação, ou na melhoria da condição de saúde para que ela tenha uma melhor qualidade de vida. Esse é o objetivo final. É o que me move, e que me moveu durante todos esses anos.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira em entrevista ao Memória da Indústria

 

A gestão de Eduardo Eugenio também atuou fortemente na área da cultura, ampliando a presença territorial e integrando-a à Educação. Foram inaugurados os teatros de Macaé (1995), Campos (1998), Itaperuna (2001) e Jacarepaguá (2009), que se somaram aos teatros do Centro do Rio e de Caxias, além dos espaços da Firjan SESI para a programação cultural. A partir de 2004, através de leis de incentivo à cultura, festivais ganharam vida com apoio da Federação e foram realizadas oficinas e cursos para formação de gestores culturais.

A partir de 2008, projetos importantes, como festivais de curta metragem (Curta Criativo), a restauração do Palácio Guanabara, Caravana SESI Cultural e o Festival X-Tudo levaram diversidade cultural para à população fluminense. 

Outro pilar que Eduardo Eugenio reforçou na Firjan foi a inovação. Em 2015, foram inaugurados os Institutos SENAI de Tecnologia (IST Solda, IST Automação Industrial e o IST Química e Meio Ambiente), que atuam na prestação de serviços técnicos especializados de metrologia e consultoria. No mesmo ano, foram criados os Institutos SENAI de Inovação (ISI). Os ISIs de Química Verde (2015), de Sistemas Virtuais de Produção (2016) e de Inspeção e Integridade (2019) oferecem conhecimento técnico em soluções aplicadas à realidade da Indústria. São institutos voltados para a micro, pequenas e médias empresas cujos projetos respondem aos desafios de ganho de produtividade, qualidade e eficiência. 

Em julho de 2018, a Federação inaugurou um hub de inovação: a Casa Firjan. Um local que atua como um radar de tendências, com iniciativas como o Lab de Tendências, e atua ainda digitalmente para oferecer conteúdo, eventos e capacitações on-line, para que lideranças e equipes possam enfrentar novos desafios com eficiência e criatividade. Nela, é possível encontrar o único Fab Lab no país com impressora 3D de alimentos. 

 

Lembro-me que tinha um sindicato de guarda-chuva. E eles pegaram o que eles sabiam fazer, que era guarda-chuva, e foram fazer guarda-sol. E ficaram muito bem! Se eles não tivessem a percepção [de inovar], não daria certo. Precisamos saber se o consumidor está indo naquela direção ou na outra. Se estiver na outra, mude. Porque senão ele vai te deixar nu. Então, acho que uma instituição como nós tem a obrigação de dar o exemplo.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira em entrevista ao Memória da Indústria

 

Com Eduardo Eugenio, a Firjan se tornou precursora na implementação de código de ética e no estabelecimento de políticas de compliance. O primeiro código de ética da Federação data do ano de 2006 e contou com a participação dos colaboradores. As condutas estabelecidas ali protegem tanto as indústrias, quanto empresários, trabalhadores e colaboradores em ações complexas do dia a dia. 

- O intangível que é refletido na marca é a reputação. Você olha uma marca, você vê se é uma marca que tem tudo a ver com você, ou não. E nós aqui da Firjan fazemos questão de cativar a nossa reputação. Porque é isso, é essa marca que é colocada à disposição da sociedade, dos colaboradores e dos empresários. Se for uma marca flexível, não funciona. Não funciona. Agora, é muito duro. E precisa muitos anos, uma perseverança. Enfim, são umas regras normais que qualquer companhia decente tem. Isso muito antes de falar em integridade, compliance, nós já tínhamos na Firjan, disse Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. 

Presidente Eduardo Eugenio durante painel da CNI que discutiu o papel da bionergia na descarbonização Foto: Iano Andrade/CNI
Presidente Eduardo Eugenio durante painel da CNI que discutiu o papel da bionergia na descarbonização
Foto: Iano Andrade/CNI

 

A preocupação com a sustentabilidade também esteve presente durante toda a gestão. Seja no fortalecimento da ação empresarial através do Conselho de Meio Ambiente, seja no desenvolvimento de projetos como o Heróis do Futuro, para conscientizar estudantes sobre os desafios do meio ambiente, o Cultivar, para estimular a ação das empresas em prol do reflorestamento, ou eventos como o Humanidade, em 2012, o papel mobilizador da sociedade se fez presente.

Para dar visibilidade a iniciativas relevantes, desde 2013, a Firjan promove o Prêmio Firjan de Sustentabilidade para difundir e destacar as ações bem-sucedidas em prol do desenvolvimento sustentável das empresas no estado. Em 2018, a Federação tornou-se signatária do Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que mobiliza as empresas a implementarem práticas de sustentabilidade voltadas para direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.   

A resiliência para lidar com os desafios impostos pelas mudanças climáticas foi testada com a pandemia da Covid-19, que obrigou sociedade e as empresas a atuarem diante de um cenário de incertezas. Para enfrentá-las, a Firjan lançou o Programa Resiliência Produtiva, um conjunto de propostas para a manutenção da saúde financeira das empresas e de seus colaboradores e preservação dos postos de trabalho entregues ao Governo Federal. Um dos destaques do Programa foi a promoção da conexão entre as empresas, institutos de pesquisa e de saúde, para ajudar a reduzir os impactos da pandemia na sociedade. Um dos exemplos de solidariedade ocorreu dias após o lançamento: a doação de 36 mil litros de álcool 70% a hospitais do Sul Fluminense por três empresas de diferentes setores industriais articulada pela Firjan e pelo SIMPERJ (Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro). A Firjan realizou, ainda, atendimentos especiais, assessoramentos técnicos de diversas naturezas, lives com especialistas, desenvolveu conteúdos diversos sobre prevenção e combate à Covid-19 através de guias, cartilhas e E-books, e antecipou tendências para que as companhias pudessem se preparar para a retomada. 

Em 2023, Eduardo Eugenio participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, onde lançou a publicação Bioeconomia, Natureza e Negócios, que apresenta as oportunidades econômicas de utilização da biodiversidade pelas empresas de maneira sustentável e responsável. 

 

Não podemos ter uma indústria ou empresa de sucesso numa estrutura social esgarçada. É um embate de pensamento entre o que nós queremos e o que querem as autoridades públicas que se dizem responsáveis por isso. Essa vida de mais de 28 anos lidando de forma institucional com o governo do estado, com a ALERJ e com a Justiça é muito rica. Por isso a integração foi importante. Sempre tivemos muita preocupação com a sustentabilidade econômica porque ela induz a liberdade de expressão. E essa liberdade nós exercemos ad nauseum e continuamos exercendo. E a reputação que nós construímos por mantermos essa linha é impecável.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira em entrevista ao Memória da Indústria

 

 

Na cerimônia de posse de seu sucessor, o empresário Luiz Césio Caetano, Eduardo Eugenio, que assumiu na ocasião a presidência do Conselho Superior de Representantes da Firjan, foi homenageado com a Medalha da Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a mais importante honraria concedida pela indústria brasileira. 

Fontes:

Entrevista de Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira ao Projeto Memória da Indústria realizada no dia 11 de novembro de 2023; Institucional Abiquim, disponível em https://abiquim.org.br/abiquim, acessado 23/10/2024; Programa de Integridade Corporativa da Firjan – Outubro de 2018, disponível em https://www.firjan.com.br/data/files/39/E2/42/4B/C770D610FA3A8EC6A8A809C2/Programa%20de%20integridade%20_%20Cartilha.pdf, acessado 23/10/2024; Firjan Carta da Industria – O legado de Eduardo Eugenio, disponível em https://cartadaindustria.firjan.com.br/publicacoes/o-legado-de-eduardo-eugenio-gouvea-vieira-frente-da-firjan, acessado 23/10/2024; BNDES – área de transparência, disponível em https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/desestatizacao/projetos-encerrados/historico, acessado em 25/10/2024; Firjan Agenda Brasil 4.0, disponível em https://www.firjan.com.br/brasil-4-0.htm, acessado em 25/10/2024; Institucional Porto do Açu, disponível em https://portodoacu.com.br/o-porto/, acessado 25/10/2024; Correio Brasiliense, notícia “Firjan quer alfabetizar 4 mil trabalhadores da indústria fluminense”, disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2009/03/14/interna-brasil,88774/firjan-quer-alfabetizar-4-mil-trabalhadores-da-industria-fluminense.shtml, acessado em 25/10/2024; Portal Firjan SESI Cidadania, disponível em

https://www.firjan.com.br/sesi/qualidade-de-vida/sesi-cidadania/default.htm, acessado em 25/10/2024; Portal Firjan Festival X-tudo, disponível em https://www.firjan.com.br/xtodas/x-tudo/, acessado em 25/10/2024; Carta da Indústria “Firjan: lugar para inovar”, disponível em https://cartadaindustria.firjan.com.br/publicacoes/firjan-lugar-de-inovar, acessado em 25/10/2024; Portal Firjan – notícia “ Firjan lança estudo sobre os negócios de bioeconomia no Rio de Janeiro”, disponível em https://www.firjan.com.br/noticias/bioeconomia-natureza-e-negocios.htm, acessado em 25/10/2024.

Relatório Sistema de Avaliação de Competências do Projeto SESI – Por um Brasil Alfabetizado, disponível em Avaliação Projeto SESI por um Brasil Alfabetizado - Portal da Indústria - CNI acessado em 4/11/2024