Carlos Teles da Rocha Faria
Médico, empresário do ramo têxtil, político, foi presidente da Federação Industrial do Rio de Janeiro (FIRJ), lutou pela criação de um partido político para defender os interesses da classe industrial.
Filho do professor Benjamim da Rocha Faria, catedrático da Faculdade de Medicina, e de Joaquina da Rocha Faria, Carlos Teles da Rocha Faria nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 13 de outubro de 1883.
Na juventude, Rocha Faria se destacou nos esportes como nadador e remador do Club de Regatas Botafogo. Em 1907, formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e logo começou a clinicar juntamente com seu pai. Nesta faculdade, em 1910, trabalhou como assistente do professor Miguel Pereira na cadeira de clínica médica.
Após se casar com Anita da Rocha Faria, deixou a medicina e se dedicou ao ramo têxtil, na Companhia Tecidos América Fabril, da qual passou a ser diretor em 1923.
Como representante do Centro dos Industriais de Fiação e Tecelagem de Algodão (CIFTA), juntamente com Vicente Galliez, entregou, em 1929, ao então presidente Washington Luís uma mensagem de solidariedade das classes conservadoras. O documento também foi endossado pelo Centro Industrial do Brasil (CIB), e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro. Após a revolução de 1930, lutou pela criação de um partido político que representasse a classe industrial em um projeto liderado por Serafim Valandro e João Daudt d’Oliveira. Participaram ativamente deste movimento o Centro dos Industriais de Fiação e Tecelagem de São Paulo, o CIFTA e a Federação Industrial do Rio de Janeiro (FIRJ), fundada em 1931 e que sucedeu ao Centro Industrial do Brasil.
Neste período, Rocha Faria estava na presidência do CIFTA e como primeiro vice-presidente da FIRJ. Ele defendia a formação do futuro Partido Economista, que seria fundado em 1932, dizendo que participar da direção dos negócios do país era um direito da classe empresarial, pois era através de suas atividades que eram gerados os recursos financeiros para administração pública.
Em 1933, o industrial assumiu o cargo de segundo vice-presidente da Confederação Industrial do Brasil (CIB) e foi nomeado representante dos industriais na Comissão Revisora da Lei de Férias, uma lei de 1925, que beneficiava os empregados do comércio, estabelecendo um descanso de 15 dias por ano. A lei gerou polêmica e, na ocasião, a CIB descreveu a situação da indústria nacional como aflitiva. Os empresários citavam aumento de despesas e desorganização nos serviços por conta da “injustificada” extensão das férias à classe operária.
Em maio deste mesmo ano, tornou-se deputado classista à Assembleia Nacional Constituinte e participou dos trabalhos de elaboração da Constituição de 1934. Em 1935, renunciou ao mandato para se dedicar às atividades industriais.
Em 30 de abril de 1935, assumiu a presidência da FIRJ, após a renúncia do titular, Oliveira Passos. Rocha Faria presidiu, durante 20 anos, o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Rio de Janeiro, do qual se tornou sócio benemérito.
Além da medicina, da política, e da indústria, também atuou como bancários participando de comissões diretoras de vários bancos. Tinha paixão por cavalos e possuía o Haras Santa Anita, na cidade paulista de Bananal. Após sua morte, passou a dar nome a uma prova clássica do jockey nacional, o GP Carlos Teles da Rocha Faria.
Com Anita, teve dois filhos, Gilberto e Cecilia.
Morreu no dia 26 de fevereiro de 1959.
Fontes:
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO CPDOC DA FGV. Verbete Carlos Teles de Rocha Faria. Disponível em: https://www18.fgv.br/CPDOC/acervo/dicionarios/verbete-biografico/carlos-teles-de-rocha-faria. Acesso em: 25 jun. 2025.
DIÁRIO DA NOITE. Edição de 27 fev. 1959. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/221961_03/68361. Acesso em: 25 jun. 2025.
O JORNAL. Edição de 27 fev. 1959. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/110523_05/72395. Também disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/110523_05/72396. Acesso em: 25 jun. 2025.
JORNAL DOS SPORTS. Edição de 26 jul. 1960. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/112518_03/1574. Acesso em: 25 jun. 2025.