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Abílio Ferreira Marques

Fundador da Fábrica de Sabores Madrigal, e um dos fundadores do SIPACON-SUL, fez parte da Diretoria Plena da Firjan e do Conselho Diretor do CIRJ. Desde 2020, é membro do Conselho de Eméritos da Firjan e dá nome à Escola de Panificação Firjan SENAI em Volta Redonda.
Publicado em 10/06/2025 - Atualizado em 17/10/2025 12:35
Abílio Ferreira Marques. Crédito: Vinícius Magalhães/Firjan
Abílio Ferreira Marques. Crédito: Vinícius Magalhães/Firjan

‘Vai, filho, pelo menos lá no Brasil você não vai passar fome’, disse meu pai. E pronto, eu vim parar aqui. E pelo contrário, eu não passo fome, eu mato a fome de muita gente. 

Abílio Ferreira Marques ao Memória da Indústria

Português do povoado de Condosa, Abílio Ferreira Marques, nasceu em 29 de abril de 1937. Chegou ao Brasil com 15 anos, em 1952, para fugir da grave crise que afligia a Europa pós II Guerra Mundial. Seus pais Abilio Marques, ferreiro, e Leoni Ferreira, dona de casa, tomaram a difícil decisão de enviá-lo para ficar com o tio Antônio Ferreira Madeira, para tentar uma vida melhor.  

Abílio conta que a viagem de navio para o Brasil foi uma grande aventura. A embarcação foi cercada durante dias por piratas que acreditavam que ela estava transportando alimentos. E só foi liberada quando tiveram certeza de que ali só havia imigrantes. Chegando no país, começou a trabalhar na padaria de seu tio em Barra Mansa, e voltou aos estudos.  

–  Meu tio Antônio olhou e falou: "Vai estudar sim". Ele tinha uma padaria e um hotel. Ele era cheio de padarias. Me levou para lá e eu perguntei: "Tio, o que eu vou fazer?". "Você vai fazer aquilo que eu falar. Dorme no hotel. A padaria de manhã vai abrir às seis horas. Você se levanta às cinco e meia, abre a padaria. E depois, quando chegarem os empregados, você vai estudar em uma escola que tem aqui. Dá para aprender a ser padeiro, confeiteiro, confeitaria fina, gastronomia, garçom e, também, o estudo da escola. Foi assim que me botou na escola – lembrou o empresário em entrevista ao Memória da Indústria.  

Aprendeu muito com o tio,  fez quatro anos de ginásio e os três anos de científico, atual ensino médio. E, de 1957 a 1959, estudou panificação na Escola Fleishmann Royal, em São Paulo. Quando saiu da padaria, o tio propôs levá-lo para Juiz de Fora, mas Abílio continuou em Barra Mansa ainda fabricando e distribuindo pães e depois abriu um botequim no bairro Estamparia em 1960. 

Em 26 de maio de 1962 ele se casa com Alzira Dinis Marques e abre com o sogro e mais dois sócios a Padaria Imperial, em Volta Redonda. A partir desse empreendimento, Abilio saiu da Imperial e montou com o irmão a Padaria Universal, também em Volta Redonda. Foi sua a Padaria Triunfal, de Barra Mansa, e a Churrascão, em Niterói. Em 1973, inaugurou na cidade a Fábrica de Sabores Madrigal. O nome foi inspirado em um diálogo travado na Espanha, com um senhor que carregava pães em uma bicicleta com uma bandeira alta, em que estava escrita a palavra Madrigal.  

–  Quando perguntei o que significava ele disse que era o lugar onde tinha as melhores farinhas: Madrigal de Las Altas Torres. Quando voltei da viagem coloquei o nome em minha empresa  –  contou em seu depoimento ao Memória da Indústria.    

O empreendimento começou pequeno, com 30 funcionários, e se desenvolveu. Chegou a ter uma equipe de 127 pessoas, se consolidando com um centro gastronômico da região. Todos os dias, Abilio visita o espaço, supervisiona os funcionários e conversa com os clientes. Atualmente, a administração da empresa é feita por seus dois filhos, Paulo Roberto Dinis Marques, diretor executivo, e Sandra Dinis Marques, diretora de marketing.  

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Atuação na Firjan 

O empresário chegou na Firjan em 2010 quando assumiu o mandato como membro dirigente industrial do Conselho Regional Firjan Sul Fluminense. Ao longo de sua jornada na Federação, participou da Diretoria Plena da Firjan e do Conselho Diretor do CIRJ. Durante oito anos, Abílio representou o Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria e Alimentos do Sul do Estado do Rio de Janeiro (SIPACON-SUL), no Conselho Superior de Representantes da Firjan. Através da Firjan esteve em missões internacionais para conhecer as indústrias, feiras do setor e mercados e muitos por conta própria, de países como França, Suíça, Itália e Alemanha, México, Espanha, Portugal e outros.

–  A gente entrou em lugares que realmente tinham as melhores condições de se aprender alguma coisa. E aprendi muita coisa. Eu vi que os pães bonitos eram com uma farinha diferente. Eu também tinha que fazer isso aqui – explicou.  

Em 2011, foi condecorado com a medalha do Mérito Industrial da Firjan. Três anos depois, outra homenagem, foi inaugurada a Firjan SENAI Escola de Panificação Abílio Ferreira Marques em Volta Redonda. Em 2020, passou a fazer parte do Conselho de Eméritos.  

 

Eu tenho muita satisfação em ter aprendido o que aprendi nas padarias e gosto de ensinar porque a verdade é essa.

Abílio Ferreira Marques ao Memória da Indústria

Fontes:  

Entrevista de Abílio Ferreira Marques ao projeto Memória da Indústria em 01 de agosto de 2024; Notícia Fábrica de Sabores Madrigal – o centro gastronômico com estrutura impressionante do Sul Fluminense, acessada em 23 de janeiro de 2025, disponível em https://www.marciorodrigues.com.br/mostraNoticia.php?codnoticia=1296; Notícia Volta Redonda ganha Escola de Panificação do SENAI/Firjan, acessada em 23 de janeiro de 2025, disponível em  https://revistaporaqui.com.br/Noticia/Index/1937-volta-redonda-ganha-escola-de-panificacao-do-senaifirjan; Materia TV Rio Sul sobre a Padaria Madrigal https://youtu.be/8sQCDdaJLDk?si=4xo_1vpKp9gRiHLw