A quebra da Bolsa de Nova York - Uma crise mundial

A Primeira Guerra Mundial favoreceu principalmente a economia americana e o desenvolvimento de suas indústrias, que exportavam seus produtos para as nações europeias. Ao término dos conflitos, a Europa começou a reconstruir suas indústrias, mas durante certo tempo ainda importava produtos norte-americanos. Com o tempo, essas importações foram diminuindo e os estoques desses produtos aumentando. A maior parte das empresas americanas tinha ações na Bolsa de Valores de Nova York, que se desvalorizaram com a queda das exportações.
Em outubro de 1929, com a alta desvalorização das empresas, houve uma queda significativa no indicador da bolsa americana, desencadeando uma onda de falências por todo o país. Em pouco tempo, a crise tomou dimensões internacionais, atingindo outros países e chegando à economia brasileira, ainda bastante dependente da exportação de produtos agrícolas. Os EUA eram os maiores importadores do café brasileiro. O preço da tonelada de café, no mercado mundial, caiu dramaticamente nos dois anos seguintes.
A indústria nacional também foi abalada. As dificuldades econômicas contribuíram para a derrubada do presidente Washington Luís pela Revolução de 1930. Os efeitos da crise mundial, somados ao fracasso da política de estabilização da moeda e da valorização do café do governo provisório de Getúlio Vargas, provocaram uma profunda depressão econômica no país, que atingiu seu ápice em 1931, quando se chegou a uma quase paralisação industrial.
Com a crise, as críticas à industrialização ganharam força, não faltando quem apoiasse o fim do parque fabril brasileiro, através da decretação do livre-cambismo, o que permitiria a entrada sem restrições dos produtos estrangeiros. O CIB lutou contra as propostas anti-industrialistas e valorizou a importância das fábricas para o desenvolvimento nacional. Com a mudança de governo, o Centro Industrial do Brasil passaria por nova transformação.