O Brasil de Getúlio - Novos rumos para o Brasil

A Revolução de 1930 foi um acontecimento decisivo para esse período. Um movimento armado, liderado por políticos e militares do Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais promoveu um golpe de Estado, depondo o então presidente Washington Luís e colocando no poder Getúlio Vargas. Foram 15 anos de um governo autoritário e centralizador, dividido em três fases: de 1930 a 1934, o “Governo Provisório”; de 1934 a 1937, após a eleição de Getúlio pela Assembleia Nacional Constituinte; e de 1937 a 1945, marcado por um novo golpe, que instituiu o chamado “Estado Novo”.
Os primeiros anos foram de crise econômica gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, que ocasionou uma queda brusca dos preços do café, principal produto de exportação brasileiro. Ciente da condição essencialmente agrária do país, o governo entendeu que o Brasil não podia mais continuar dependente apenas do café. Era preciso diversificar a agricultura, fortalecer a economia e iniciar um processo de industrialização, reduzindo os gastos com importações e equilibrando o balanço de pagamentos. Para tanto, o governo incentivou a cultura de outros produtos (algodão, cacau, fumo etc.), criando institutos próprios; redirecionou os investimentos para as indústrias de base, energia, comunicação, transporte e deu início a uma política de substituição de importações, procurando imprimir novos rumos ao país. O Estado passou a intervir fortemente na economia.
Uma das primeiras medidas do governo provisório foi a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, como forma de conciliar os interesses do capital e do trabalho. Entre 1930 e 1941, o novo ministério promulgou mais de cem leis sociais, entre as quais, o direito a férias anuais remuneradas, o salário mínimo, a regulamentação do trabalho de mulheres e crianças, a jornada de oito horas de trabalho e a previdência social, que beneficiaram os operários, mas limitaram as ações sindicais. A legislação foi ainda reforçada com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943.
Durante o Estado Novo, foram criadas as grandes empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Fábrica Nacional de Motores (1942), Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Companhia Nacional de Álcalis (1943) e a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945). Apesar dessas iniciativas e das outras indústrias existentes, o Brasil ainda possuía uma economia vulnerável e dependente de importações da maioria de produtos consumidos internamente. A Segunda Guerra Mundial havia afetado duramente o comércio de produtos europeus, incentivando a demanda por produtos de outras regiões. Com isso, as matérias-primas nacionais se valorizaram e a economia brasileira cresceu. Ao final do conflito, as reservas cambiais do país haviam aumentado significativamente, permitindo uma expansão industrial.