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A fundação do SENAI - Foco na formação do trabalhador

01/1942

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI foi criado pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto nº 4.408, de 22 de janeiro de 1942. Uma das primeiras regiões do SENAI foi o estado do Rio de Janeiro. Suas atividades educativas começaram em pequenas unidades, instaladas em prédios provisórios, em Niterói, Petrópolis e Nova Friburgo. No ano de 1949, a rede de escolas na região já oferecia cerca de 6 mil vagas por semestre.

Nessa época, o Distrito Federal, o estado do Rio de Janeiro e o Espírito Santo possuíam 421.304 operários. Desses, 332.424 haviam concluído apenas o curso primário e 88.880 eram considerados de alta qualificação, com curso primário seguido de formação específica, sistemática e relativamente longa. A baixa formação dos trabalhadores da indústria motivou as atividades desenvolvidas pelo SENAI, o que significava um grande desafio, dado o vertiginoso crescimento da indústria no período. Em 1957, apenas a cidade do Rio de Janeiro já contava com 386.176 pessoas empregadas na indústria, um crescimento de mais de 50% em relação a 1947.

A primeira tentativa de formação profissional para a indústria no Brasil pode ser atribuída aos arsenais de Guerra e de Marinha que, em 1810, constituíram escolas para capacitar mão de obra à fabricação de armamentos. As empresas ferroviárias também se destacam por terem instalado inúmeras escolas de aprendizagem de manutenção para suas oficinas. A primeira desse gênero foi a Escola Prática de Aprendizagem das Oficinas do Engenho de Dentro, em 1906, criada na cidade do Rio de Janeiro, pela Estrada de Ferro Central do Brasil.

Contudo, o grande impulso para a formação técnica profissional se deu em 1939, quando um decreto federal passou a obrigar as empresas com mais de 500 empregados a oferecerem cursos de formação profissional. Após longo estudo, foi proposto ao presidente Getúlio Vargas outro decreto em substituição ao anterior, deixando a cargo dos sindicatos patronais a função educativa. Foi assim que se chegou ao texto do Decreto nº 4.408, de 22 de janeiro de 1942, que criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), subordinado à Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em 1943 começaram a funcionar as primeiras unidades de formação profissional do SENAI, e o estado do Rio de Janeiro se destacou como uma das quatro regiões do país a darem início a essa experiência. Em Niterói, foram oferecidos os primeiros cursos, na Escola Industrial Henrique Lage, de propriedade do estado; os cursos se destinavam a capacitar trabalhadores para as funções de torneiro mecânico, fresador, limador, soldador elétrico e carpinteiro. As cidades de Petrópolis e Friburgo também foram contempladas com as primeiras escolas. Ainda em 1943, foram alugados dois prédios na cidade do Rio de Janeiro, na rua 24 de Maio e na rua Bela, onde foram oferecidos cursos de desenho industrial, leitura de desenho, matemática de oficina e eletrotécnica. No ano de 1949, a rede de escolas na região já oferecia cerca de 6 mil vagas por semestre.

O SENAI Rio foi uma das primeiras regionais a dar prioridade aos aspectos técnicos e práticos da formação, com a criação de laboratórios e instalação de maquinários para o uso didático. Ao longo de sua história, o SENAI Rio se dedicou à formação de mão de obra especializada para a indústria, em uma atividade constantemente revista, atualizada e ampliada, para dar conta das novas e urgentes demandas do setor industrial, sempre em plena transformação. E característica fundamental dessa trajetória é a constante busca por tecnologia de ponta, viabilizada por meio de acordos com instituições e empresas, nacionais e internacionais.