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Talento, Habilidade e Ciatividade - A Economia Criativa no Brasil

01/2008

A economia criativa é o termo que define modelos de negócio ou de gestão que têm origem em atividades ligadas à criatividade e produção cultural. Este conceito surgiu em 1994, na Austrália. Na época, o então primeiro-ministro australiano Paul Keating referiu-se a uma nação criativa, capaz de aproveitar os avanços tecnológicos e a globalização para potencializar o desenvolvimento do país, com base também em sua identidade cultural. Keating lançou um plano de políticas públicas focado na produção cultural e artística da Austrália.

A ideia começou a ser divulgada e conquistou admiração internacional. Em 1997, o primeiro-ministro britânico Tony Blair estabeleceu uma força de trabalho das indústrias criativas. No ano seguinte, o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido publicou um mapeamento das indústrias criativas, uma primeira análise sobre o setor. O mapeamento deixou clara a importante contribuição das atividades para a economia do país. A força-tarefa definiu as atividades que teriam sua origem na criatividade, habilidade e talento individuais, com potencial de criação de emprego através da geração e exploração da propriedade intelectual. No mundo inteiro, as empresas passaram a reconhecer a importância da criatividade como insumo de produção e seu papel transformador e estratégico no sistema.

No Brasil, o debate sobre o tema começou a crescer nos anos 2000. Em junho de 2004, São Paulo sedia a XI Conferência da United Nations Conference on Trade and Development – UNCTAD, que realizou o Workshop sobre Empreendedorismo Cultural em Indústrias Criativa e um Painel de Alto Nível sobre Indústrias Criativas e Desenvolvimento. Em 2008, o Sistema FIRJAN publicou o Estudo da Cadeia da Indústria Criativa no Brasil. O estudo pioneiro no país, mapeou a contribuição da Indústria Criativa para a economia com dados de 2006. Depois da segunda edição, publicada em 2011, em 2012 a pesquisa fica mais robusta e ganha o nome de Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Com nova metodologia, o Mapeamento passa cobrir todos os 27 estados da federação, apresentando uma ampla análise das dinâmicas do setor e insumos para políticas públicas, pesquisas e estratégias de negócios. O Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil contou também com edições nos anos de 2014, 2016, 2019, 2022 e 2025.

Em 2013, a FIRJAN instituiu o Programa Indústria Criativa, para fomentar e impulsionar essa atividade de forma estratégica, aumentando a produtividade e a transformação da indústria do estado, por meio de fóruns empresariais e da articulação de uma rede que inclui universidades, agências de fomento, governo e departamentos nacionais, estaduais e municipais de economia criativa.

Uma novidade foi a parceria firmada entre o SENAI Rio e a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro com a Film Comission para a estruturação do atendimento à economia criativa no segmento audiovisual e cinematográfico. Outra iniciativa do Sistema FIRJAN foi o concurso de curtas-metragens Curta Criativo que ocorreu anualmente de 2006 a 2014 e foi retomado em 2024 . Com o objetivo de revelar talentos para a indústria cinematográfica, o concurso ainda permitiria, através de prêmios, a continuidade do desenvolvimento da carreira do candidato.