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Rio contra a recessão - FIRJAN adere a campanhas pró-Rio

02/1993

Preocupados com o esvaziamento econômico do estado nos últimos 15 anos, 20 entidades, entre elas a FIRJAN, lançaram a campanha Frente Rio contra a recessão. O movimento suprapartidário para a recuperação do Rio de Janeiro reuniu intelectuais, artistas e lideranças empresariais e sindicais.

No entanto, a situação não melhorou. Em fevereiro de 1991, foram registradas 697 concordatas no estado do Rio de Janeiro, resultado dos custos financeiros. As vendas não evoluíam, logo, os empresários não conseguiam pagar as dívidas relativas aos empréstimos bancários e os índices de desemprego continuavam a aumentar.

Em 1993, a FIRJAN aderiu à campanha Cidadania contra a Miséria e pela Vida, liderada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Ao recorrer à indústria, Betinho lamentou que, embora o país produzisse 69 milhões de toneladas de grãos, ainda houvesse tantos brasileiros passando fome. Os dados da época eram alarmantes: havia 32 milhões de brasileiros vivendo na miséria e 9 milhões de desempregados. Apesar de o Brasil ser a oitava economia mundial, era o campeão de concentração de renda.

Além de poder mobilizar as indústrias associadas, a FIRJAN contava com a estrutura e os serviços do SENAI e do SESI. E assim foi feito. O SESI Rio iniciou a distribuição de 5 mil pratos de sopa por dia, produzida por sua cozinha industrial, para asilos e instituições da Baixada Fluminense. Nesse ano, o Dia da Indústria foi comemorado de uma forma diferente: distribuindo alimentos em apoio à campanha de Betinho. Desde sua criação, em 1975, a FIRJAN costumava promover seminários relativos ao desenvolvimento e assuntos afins para comemorar o Dia da Indústria. A questão social sempre esteve presente.

A FIRJAN participava mais ativamente de temas de interesse comum. No ano anterior, foi realizado no SENAI o Fórum Rio Século XXI – Sociedade Civil e Ação Política, promovido pela Secretaria de Estado da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. O presidente da FIRJAN, Arthur Donato participou de debate com Betinho, que era superintendente do Ibase, Washington da Costa, presidente da CUT-Rio, e Rui Calandrini, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Rio.

A Federação também apoiou a nova campanha de Betinho em 1994, agora contra o desemprego, que teve como slogan Emprego, um prato cheio. Participou também de diversas outras campanhas, como os movimentos promovidos pelo Viva Rio, responsável, inclusive, pelo abraço à indústria de construção naval, como forma de apoiar o setor que tanto empregava na cidade e se ressentia dos efeitos da crise. Nos anos 2010, a entidade reuniu muitas de suas ações sociais no SESI Cidadania, uma evolução natural do movimento que iniciou décadas antes.