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Potencialidades: o mapa de vocações que redesenhou o futuro do Rio

04/1998
Apresentação do estudo Potencialidades na Regional Norte Fluminense em 1998. Crédito: Acervo Firjan
Apresentação do estudo Potencialidades na Regional Norte Fluminense em 1998. Crédito: Acervo Firjan

Lançado em abril de 1998, o estudo Potencialidades Econômicas e Competitividade marcou um ponto de virada na estratégia de desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro. Idealizado e financiado pelo Sistema FIRJAN, em parceria com SEBRAE-RJ, SENAI-RJ, SESI-RJ, o Governo do Estado e a CODIN, com execução da FGV/IBRE, a pesquisa mapeou as vocações produtivas de cada município e os fatores críticos de competitividade, organizados em três blocos: empresariais (gestão, inovação, produtividade, logística e qualidade), estruturais (configuração da indústria, acesso a insumos, tecnologia e serviços de apoio) e sistêmicos/regulatórios (política comercial, crédito, ambiente regulatório, padrões ambientais e metrologia).

A partir desse diagnóstico, o estudo estruturou uma agenda de ações integradas em infraestrutura, energia, comunicações e apoio às atividades produtivas, com propostas para corredores rodoviários estratégicos, diversificação da matriz energética e modernização das telecomunicações, além de diretrizes para qualificação de mão de obra, redes de produtores, tecnologia, sanidade animal e meio ambiente. Esse detalhamento permitiu que o trabalho saísse do papel e fosse incorporado como referência de governo, influenciando por anos decisões de infraestrutura, incentivos e promoção econômica, com foco na interiorização do desenvolvimento e na atração de novos empreendimentos industriais.

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No campo dos investimentos, o estudo apoiou a montagem de uma carteira de projetos estruturantes, dando base técnica à atração de grandes plantas industriais e a novos arranjos produtivos regionais. Entre os movimentos emblemáticos estiveram a instalação da Peugeot Citroën em Porto Real, a vinda da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) e a consolidação de um polo de fruticultura no Norte e Noroeste fluminenses, articulando decisões de localização, infraestrutura e qualificação de mão de obra com as vocações mapeadas.

O estudo reposicionou o interior do Rio de Janeiro como um mosaico de vocações – agro, indústria, serviços, turismo e energia – com forte presença de micro e pequenas empresas e espaço para redes produtivas e inovação. Entre os desdobramentos concretos, destacam-se o Cluster de Moda Íntima de Nova Friburgo, o Polo de Moda na Região Serrana, o Polo Metal-Mecânico no Sul Fluminense, o Polo Gás-Químico na Baixada, o polo de rochas ornamentais no Noroeste e o projeto Petrópolis Tecnópolis, voltado à alta tecnologia, além de iniciativas em floricultura e fruticultura irrigada nas regiões Norte e Noroeste, reforçando a integração entre agro, indústria e serviços.