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Mais Força Para a Moda - Apoio à Indústria Têxtil e de Confecção

01/1999

Uma inovação surge no setor da moda: o Catálogo da Indústria da Moda do Rio de Janeiro, lançado pela FIRJAN em 1999. Prático e amplo, o guia continha mais de mil endereços de confecções, tecelagens, serviços e acessórios de moda. Seu lançamento foi celebrado com um desfile, que contou com modelos profissionais e exibição de peças de confecções do Rio, de Petrópolis, de Nova Friburgo e de Itaperuna, assistido por jornalistas do mundo da moda, artistas da TV e o público de interesse. O desfile comprovou que o Rio tinha talento e estilo de sobra.

Durante o evento, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico trouxe a público um pacote de incentivos fiscais para a industrial têxtil e de confecções. Três medidas foram anunciadas: o abatimento de 10% de crédito presumido de ICMS para a empresa que fizesse lançamento de coleção; prazo especial de recolhimento de ICMS sobre as vendas que realizasse em feiras ou eventos incluídos no calendário da moda; e prazo maior para o recolhimento do ICMS para a empresa que aumentasse sua capacidade instalada.

A década de 1990 foi marcada pelo incentivo ao consumo, que atingiu especialmente as classes C, D e E. Isto possibilitou a expansão tanto da produção quanto do número de indústrias alimentícias e de bens de consumo, como roupas e sapatos. A partir de um estudo de mercado, a FIRJAN investiu prioritariamente em qualificação profissional para esses setores. 

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento lançou também o Programa Rio Têxtil de incentivos ao setor. Além disso, o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, assinou um protocolo entre a entidade, o Sebrae, a Fundação Getulio Vargas e o governo do estado para a criação de um polo de lingerie em Nova Friburgo. O município serrano empregava então 25 mil pessoas no setor têxtil e de confecções. As medidas procuravam revitalizar um setor que já havia representado cerca de 22% da produção nacional de tecidos e naquele momento não passava de 2%. Em 1992, em uma iniciativa dos empresários, do polo de lingerie de Nova Friburgo, realizaram a primeira edição da Fevest, feira de negócios que se tornou referência para o setor de moda do Brasil e no exterior.  

Em 1999, o polo de moda íntima de Nova Friburgo preparava-se para se tornar um distrito industrial, projeto originado de um estudo encomendado pelo Sistema FIRJAN à Fundação Getulio Vargas. Tratava-se de uma proposta inédita, fruto da cooperação entre micro e pequenos produtores da mesma região, modelo conhecido como cluster. O pólo contava com cerca de 20 mil empregados e produzia de 12 milhões a 15 milhões de peças mensalmente, detendo 30% do mercado nacional da moda íntima. Com a criação do distrito, confecções que há anos estavam no mercado e encontravam dificuldades em exportar seus produtos, finalmente contavam com direcionamento para se lançarem no mercado exterior. Em 2024, a cidade de Nova Friburgo recebeu o título oficial de Capital Nacional da Moda com a sanção da Lei 14.883, de 12 de maio de 2024. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Téxtil (ABIT), a cidade é considerada a maior produtora de moda íntima/lingerie do país.